INTERNACIONAL

ONU quer resolver
a questão saharaui



A visita do enviado especial da ONU a Marrocos e às zonas saharauis, durante a semana passada, deu novo alento aos dirigentes da Frente Polisário que, em 1975, proclamou a independência da República Árabe Saharaui Democrática.

A população espera desde 1991 por um referendo sobre o seu território, mas, apesar das diversas resoluções das Nações Unidas e da Organização da Unidade Africana, a sua concretização tem vindo a ser presistentemente adiada.

«Não há solução fora da autodeterminação», lia-se num dos muitos cartazes nas recepções a James Baker nos acampamentos de refugiados do Sahara Ocidental.

O ministro dos Negócios Estrangeiros saharaui, Bachir Mustafa Sayed, afirmou que o referendo ainda é possível com base no censo de 1974, como foi previsto pela ONU, de forma a que o futuro da nação saharaui seja decidido pela verdadeira população e não pelos muitos colonos marroquinos, cujo número tem vindo a aumentar sucessivamente ao longo dos anos, incentivados pelo governo de Rabat.

Sayed recusou mais uma vez a proposta marroquina de transformar o Sahara Ocidental numa região autónoma integrada no reino e reiterou a posição da Polisário favorável a negociações com o executivo do rei Hassan II sob mediação internacional.

«A bola está agora do lado de Marrocos, que deve dar mostras de boa vontade e responder positivamente às aspirações» saharauis, afirmou numa conferência de imprensa Moamed el Amine Ahmed, um representante da Frente Polisário.