EM FOCO

1º de Maio afirma valores do sindicalismo


«Grande confiança
nos sindicatos e na CGTP»



Carvalho da Silva sublinhou em Lisboa os resultados de uma acção persistente e que vai continuar.
Recordando a «grande campanha de esclarecimento em torno dos problemas laborais», desenvolvida nas semanas anteriores ao Dia do Trabalhador e que «envolveu a participação de muitos milhares de trabalhadores», o coordenador da Intersindical Nacional salientou que ela permitiu verificar «a grande confiança que os trabalhadores continuam a depositar nos seus sindicatos e na acção sindical desenvolvida pela CGTP-IN».


O facto de que «o sindicalismo corporizado pela CGTP-IN ganha cada vez mais apoios entre os trabalhadores de todos os sectores de actividade» constitui motivo de satisfação e traz mais responsabilidades à central. «Vamos levar por diante os nossos objectivos do aumento da participação dos trabalhadores na vida sindical, na sindicalização, no rejuvenescimento do movimento sindical e no reforço da sua unidade», assegurou Carvalho da Silva, declarando ter presentes as dificuldades que o sindicalismo enfrenta e as razões dos ataques que são feitos aos sindicatos.

Depois de denunciar a campanha de calúnias e ataques ao conjunto do Movimento Sindical, desencadeada a pretexto do aval concedido pelo Governo à UGT, o coordenador da Inter renovou a reclamação ao Governo para que faça o levantamento de todos os financiamentos concedidos, de todos os avales e subsídios entregues pelos mais variados pretextos às associações, instituições e empresas: «Reivindicamos que estes dados sejam tomados públicos e exigimos que prevaleça a transparência, o rigor e a responsabilização. Esperamos que o Governo não volte atrás com a promessa que fez de divulgar todos esses dados.»


Actualidade
do 1º de Maio

Carvalho da Silva referiu que as comemorações do 1º de Maio ocorrem este ano num quadro em que a luta pela redução do horário de trabalho e pelo emprego constitui referência central, apesar de terem decorrido mais de 100 anos sobre os históricos acontecimentos de Chicago e a violenta repressão que se abateu sobre os operários que reivindicavam a jornada de trabalho de 8 horas. «Neste 1º de Maio, a nossa luta identifica-se com estes ideais históricos, que estão na origem do sindicalismo», disse o coordenador da CGTP, denunciando mais uma vez «a fraude e a vigarice que nos querem impor com a lei das 40 horas».

A AR «não pode continuar a assistir a esta situação sem se pronunciar clara e inequivocamente sobre o objectivo da lei que ela aprovou», reclamou, salientando que os deputados têm para isso uma oportunidade no próximo dia 15, quando subir a plenário o projecto de lei do PCP que pretende clarificar os conceitos da duração do trabalho.

Para a CGTP, «a eliminação das pausas é um roubo descarado de um direito adquirido pelos trabalhadores e é tanto mais grave quanto se sabe que a evolução tecnológica está a impor cada vez mais a necessidade de pausas técnicas». Este roubo levou Carvalho da Silva a acusar os patrões e o Governo de quererem «reeditar, em cópia revista, os "Tempos Modernos" de Charlot».


Resultados
da resistência

A luta «firme e vigorosa, pese embora os enormes sacrifícios que ela nos tem custado e as perseguições feitas aos sindicalistas e trabalhadores que lutam pelos seus direitos», contra «os abusos e prepotências de um patronato que se sente apoiado por um Ministério da Desqualificação e do Desemprego», já teve «resultados altamente positivos», que foram enumerados pelo coordenador da CGTP:

— «demonstrámos que a razão está do nosso lado»;

— «ganhámos apoios na sociedade e em órgãos de soberania»;

— «afirmou-se a importância dos sindicatos»;

— «aumentou a participação dos trabalhadores e a confiança na luta»;

— «criámos condições para aumentar a sindicalização»;

— «demos força à luta por outros objectivos reivindicativos»;

— «demonstrámos que a luta dos horários de trabalho é um problema concreto de todos os trabalhadores»;

— «e, o que é mais importante, conseguimos impor em muitas empresas a efectiva redução dos horários sem perda de quaisquer direitos».

Carvalho da Silva reafirmou a determinação de continuar a lutar para alcançar a redução dos horários para o máximo das 40 horas e a confiança em que este objectivo será alcançado, pois «mais e mais trabalhadores se levantarão contra a tentativa de alterar o conceito de tempo de trabalho que o patronato e o Governo nos querem impingir, mais e mais trabalhadores se solidarizarão com a luta pelas 40 horas».