CDU

Guarda


Uma intervenção rigorosa



Com a participação de Luís Sá, da Comissão Política do PCP, e a presença de cerca de uma centena de eleitos, activistas e apoiantes da Coligação, decorreu no passado sábado, 17, o Encontro Distrital da CDU que debateu as autarquias e as próximas eleições.

Numerosas intervenções de eleitos em assembleias municipais e de freguesia, fizeram o balanço do trabalho realizado e formularam duras críticas à gestão do PS e do PSD nos 14 municípios do distrito, onde campeiam o «presidencialismo» e a falta de transparência nas decisões, admissão de pessoal e adjudicação de obras. A Improvisação e os projectos eleitoralistas em vez da planificação a médio prazo e das obras estruturais, o esbanjamento dos dinheiros públicos em benesses, compadrios e a ausência completa de uma oposição fiscalizadora e com propostas alternativas são outros traços que caracterizam as autarquias da Guarda.

O Encontro considerou que esta situação dá força e torna imperativa a decisão de «levar a voz da CDU às câmaras municipais», elegendo vereadores nos principais concelhos do distrito. Uma vez eleitos, os candidatos da CDU levarão aos executivos municipais as qualidades que já hoje definem os seu trabalho nas assembleias: fiscalização rigorosa da actividade das maiorias , defesa permanente dos anseios das populações; valorização e enriquecimento da função autarquica pela assumção plena do cargo para que foram eleitos e do valor das propostas que realizam.

Na sua intervenção, Luís Sá referiu a «perseguição» que o Governo PS está a fazer às câmaras de maioria CDU, promovendo inquéritos de toda a espécie e divulgando de forma apressada e com fins eleitoralistas as usa conclusões, em flagrante contradição com o silenciamento que faz de sindicâncias e inspecções a câmaras socialistas há muito realizadas. Disse também que o dinheiro dos chamados «sacos azuis» corre em abundância para as câmaras PS, tal como fez o PSD quando era Governo, situação contra a qual o PS ergueu a voz denunciando esta prática de utilização dos dinheiros e do aparelho de Estado para apoio eleitoral partidário. Agora pratica o que antes criticou, disse Luís Sá.

O dirigente comunista alertou ainda os municípios para a «armadilha» que constitui a nova lei de competências «extraordiária» que o Governo tem vindo a publicitar. O que se pretende, explicou, «é alijar para as câmaras responsabilidades e encargos incompatíveis com as suas disponibilidades financeiras e de quadros».

No final do Encontro, os presentes aprovaram o manifesto eleitoral da CDU para o distrito e foram divulgados os nomes dos cabeças de lista às câmaras e assembleias municipais do distrito.

O Encontro Distrital, realizado no salão de congressos de Seia, foi ainda marcado pelo gesto de apreço e simpatia da pintora Ana Carvalhal que no encerramento se dirigiu a Luís Sá para oferecer à CDU uma das suas obras expostas numa galeria adjacente alusiva ao 25 de Abril.