PCP

Conselho das Comunidades Portuguesas


Henrique de Sousa, na Suiça,
salienta significado das eleições


Henrique de Sousa, do Secretariado do Comité Central do PCP, deslocou-se à Suíça, entre os dias 15 e 19 de Maio, para a realização de reuniões com a organização do PCP na emigração portuguesa naquele país, designadamente em Zurique, onde foi constituído o secretariado da organização local do PCP.


Na sua deslocação, Henrique de Sousa participou ainda no Encontro de Coordenação das organizações do PCP na Europa, em Neuchatel, na festa anual dos comunistas portugueses na Suíça, em Yverdon, tendo ainda integrado uma delegação do PCP que se encontrou em Lausanne com a Federação das Associações Portuguesas na Suíça francófona e visitado algumas associações de emigrantes portugueses, onde testemunhou a vitalidade do movimento associativo das comunidades portuguesas.

De destacar foi o convívio anual organizado pelos comunistas portugueses na Suíça, na zona rural de Yverdon, que reuniu cerca de duas centenas de militantes e amigos do PCP vindos de diversos pontos da Suíça (e originários do Porto, Alentejo, Lisboa, Algarve e outras regiões).

O convívio - onde não faltaram os petiscos portugueses e cujo êxito nem a copiosa chuva conseguiu impedir -, foi animado por jogos populares e um programa musical com artistas portugueses convidados. E ainda... pelas violas, concertinas e cantares de um grupo de militantes.

Manuel Alho, em nome do Organismo de Direcção Nacional do PCP na Suíça, que promoveu esta iniciativa, introduziu o momento político da festa, com a intervenção de Henrique de Sousa que, acompanhado de João Armando, do CC e da Direcção da Organização na Emigração, participou na iniciativa.

Na sua intervenção, Henrique de Sousa começou por salientar o importante significado político dos resultados das eleições recentes para o Conselho das Comunidades Portuguesas - em que as listas unitárias em que participaram comunistas foram as mais votadas em vários países, como foi o caso da Suíça -, reiterando, a seguir, a sua confiança no bom desempenho dos comunistas eleitos como representantes de todos os emigrantes, sem discriminações.

Também «as manobras em curso de gente ligada ao PS e ao PSD» que, em Portugal como na Suíça, estavam a procurar desvalorizar e desacreditar as eleições realizadas, invocando a abstenção para tentar diminuir a capacidade de intervenção deste órgão, mereceram a atenção do dirigente comunista. Tais manobras - disse - não deram, contudo, para fazer esquecer que foi o PSD que liquidou o anterior órgão representativo das comunidades emigrantes nem as pesadas responsabilidades do Governo PS na abstenção - pela ausência duma campanha de esclarecimento motivadora e eficaz - e nas numerosas irregularidades que marcaram este processo eleitoral.

Henrique de Sousa destacou, entretanto, a necessidade de serem introduzidos vários aperfeiçoamentos na estrutura, no processo eleitoral e na distribuição geográfica da representação do Conselho, com vista a corrigir notórias distorções e a garantir eficácia, democraticidade e isenção às eleições, e manifestou o firme propósito do PCP de defender e valorizar o funcionamento do Conselho das Comunidades Portuguesas como um importante forum de defesa dos seus direitos.

Depois de fazer uma análise da situação política em Portugal, e de ter sublinhado o ascenso do descontentamento e do protesto social contra a política do PS e o claro protagonismo do PCP como única oposição real e coerente a esta política, Henrique de Sousa abordou o capítulo da política quanto à emigração portuguesa no Mundo. Também neste aspecto o Governo fez tábua rasa das promessas eleitorais, preferindo investir na demagogia e na instrumentalização do aparelho consular, como se verificou em vários casos nestas eleições, afirmou.

O dirigente comunista deu ainda uma notícia breve das conclusões da reunião de coordenação das organizações do PCP na emigração portuguesa na Europa, que ocorrera no dia anterior na Suíça, sublinhando a determinação saída do Encontro, de intensificar o combate por uma viragem da política do Estado português quanto à emigração. Através, nomeadamente, da exigência de medidas que respondam com eficácia aos problemas e lacunas existentes no ensino da língua portuguesa, na coordenação dos sistemas de Segurança Social (sobretudo quanto às reformas) e na modernização, descentralização e desburocratização do aparelho consular.

Por fim, Henrique de Sousa destacou a vitalidade da organização do PCP na emigração portuguesa na Suíça e apelou - dadas as boas condições existentes - a um maior esforço de organização e de adesão ao PCP e ao activo apoio dos emigrantes comunistas e outros apoiantes da CDU à Campanha Nacional de Fundos e ao trabalho preparatório das eleições autárquicas em Portugal.


Encontro com PST


Aproveitando a sua deslocação à Suíça, para o programa de trabalho com as organizações do PCP, Henrique de Sousa teve um encontro com Anjuska Weil, deputada e Presidente do Comité Director do PST - Partido Suíço do Trabalho. No quadro das boas relações existentes entre os dois partidos, o encontro permitiu uma útil e fraterna troca de informações sobre a situação nos dois países e sobre aspectos da cooperação entre os dois partidos, designadamente quanto às questões da emigração e ao combate comum pelos direitos políticos e sociais dos emigrantes.