TRABALHO

Para que o Governo respeite os compromissos


Greve a mais de 75 por cento
na Administração Local



«Apesar duma acção de desmobilização claramente dirigida nalguns distritos, mais de 75 por cento dos trabalhadores aderiram à greve nacional», informou o STAL numa nota divulgada ao fim da tarde de segunda-feira. A direcção do sindicato reúne amanhã para analisar a postura do Governo e tomar decisões quanto ao futuro.

Com a greve, afirma o STAL, «mais de 75 por cento dos trabalhadores das autarquias exigiram do Governo seriedade e cumprimento dos compromissos assumidos» no início de 1996, quando foi firmado um acordo com os sindicatos da Administração Pública.

Entre as questões que ainda estão por resolver o sindicato da Administração Local aponta:

- a regulamentação e aplicação do subsídio de insalubridade, penosidade e risco;

- a reestruturação e revalorização das carreiras profissionais;

- a defesa da estabilidade e qualidade do emprego;

- a revogação do diploma que veio limitar o direito às ajudas de custo;

- a negociação suplementar dos salários de 1997;

- a defesa dos serviços públicos da Administração Local;

- a aplicação do índice 100 dos sapadores aos bombeiros municipais, bem como dos subsídios de risco e de disponibilidade permanente;

- a clarificação do estuto profissional do pessoal dos serviços concessionados, com respeito pelos direitos adquiridos.

Como irregularidades e manobras de desmobilização dos trabalhadores, o STAL apontou a actuação de um jurista da CM de Sintra, os obstáculos colocadas à realização de plenários nas câmaras do Porto e de Penafiel, as ameaças de Narciso Miranda na CM de Matosinhos, a intervenção frustrada de dois dirigentes concelhios do PS no Montijo. Nos Açores, o Governo Regional difundiu uma nota considerando a greve inoportuna. Diversos serviços recorreram no dia da greve a trabalhadores requisitados aos centros de emprego e a reclusos.

Ao fim da manhã, o sindicato do Município de Lisboa anunciava uma percentagem de adesão à greve de 62 por cento, no período nocturno. O STML congratulava-se, na nota que enviou à comunicação social, com a «postura resistente e combativa» dos trabalhadores e expressava a confiança em que «a luta não vai parar até à solução das justíssimas reivindicações apresentadas ao Governo e também ao Município de Lisboa».

Na sexta-feira, o STML reuniu com o secretário de Estado da Administração Pública, que não apresentou soluções ou propostas concretas. Para esse dia estava anunciado o início de negociações com o vereador responsável pela Higiene Urbana e Resíduos Sólidos, que apresentou uma proposta de horários vista pelo sindicato como «uma base positiva».