CNA contesta
declarações de ministro
A produção hortofrutícola, a questão dos matadouros e
da sanidade animal, a reconversão dos cereais de sequeiro e os
prejuízos provocados pela seca, são temas abordados pela
Confederação Nacional da Agricultura, CNA, em resposta às
recentes declarações do ministro da Agricultura, no DN.
Em total desacordo com as declarações do ministro, a CNA
considera, ponto por ponto, estes diferentes problemas,
começando por sublinhar a qualidade dos produtos agrícolas
portugueses e a necessidade de incentivos e garantias aos nossos
agricultores, que têm que fazer face às importações
hortofrutícolas provenientes de Espanha, frequentemente
subsidiadas, que "são factores de descida do preço à
produção nacional, dificultam o escoamento da mesma e não são
poucas vezes que estes produtos são destruídos".
A CNA reafirma, por outro lado, o seu protesto contra o encerramento dos matadouros e relembra o seu alerta "para a consequência da privatização da Sanidade Animal e em sua substituição a Criação das Associações de Defesa Sanitária" que, actualmente, ou estão a ser suportadas pelo Movimento Cooperativo ou em situação de falência.
Por falta de um verdadeiro plano de sanidade animal - denuncia a CNA - "as doenças nos gados, não só não estão a ser erradicadas, como proliferam".
A Confederação, que não é contra a reconversão de cereais de sequeiro, sublinha que "os pequenos e médios produtores de cereais têm de ser fortemente apoiados técnica e financeiramente, a fim de a poderem fazer".
Por último, neste documento de contestação às afirmações do ministro da Agricultura, a CNA reafirma que "os produtores de cereais e de gado afectados pela seca devem ser indemnizados pelos prejuízos".