PCP


Delegação do PCP visita
Observatório Europeu das Drogas



Uma delegação do PCP, integrando Carlos Carvalhas, Secretário-geral, Francisco Lopes, membro da Comissão Política, Carlos Conçalves, do Comité Central, e ainda os deputados António Filipe e Bernardino Soares, foi recebida, na passada quinta-feira, 12 de Junho, pelo Presidente do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, George Estievenart, e outros quadros superiores deste organismo.

A reunião, que havia sido pedida pelo PCP, versou fundamentalmente os objectivos do Observatório Europeu e os resultados do Relatório Anual sobre a Evolução do Fenómeno da Droga na União Europeia, referente a 1995.

Durante o encontro foram abordados vários assuntos, designadamente as dificuldades existentes na compatibilização dos dados remetidos pelas diversas extensões nacionais do Observatório que dificultam não só o tratamento desses dados como a recolha de conclusões.

No caso português, para além das dificuldades de compatibilização, registou-se ainda a falta de dados relevantes que permitam um melhor conhecimento da realidade nacional. A delegação do PCP teve, aliás, ocasião de expor a sua preocupação sobre esta ausência de elementos que dificulta uma intervenção mais fundamentada dos comunistas na realidade nacional.

À saída da visita, o Secretário-geral do PCP prestou aos órgãos de comunicação social presentes algumas declarações.

Segundo Carlos Carvalhas, no encontro com o Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, o PCP pretendeu inteirar-se da actividade do Observatório «no quadro das grandes preocupações que temos com os problemas da toxicodependência, nomeadamente no nosso país.»

«Vivemos uma situação particularmente grave, os toxicodependentes são muitas dezenas de milhar com problemas humanos dramáticos afectando as famílias e todo o ambiente social», disse Carvalhas, afirmando que «não chega fazer declarações que classificam a droga como inimigo público número um, ou promover mediáticos dias D.»

Para os comunistas «é fundamental intensificarem-se medidas práticas para enfrentar este flagelo, no plano da prevenção primária, do atendimento e tratamento, na reinserção social de toxicodependentes e no combate ao tráfico e ao branqueamento de capitais.»

«É necessária uma política que dê perspectivas de futuro aos jovens, que dê resposta aos mais de 110 000 jovens desempregados, ao direito ao ensino e à formação com qualidade, ao acesso à habitação, ao desporto, à cultura e aos tempos livres.

«É da máxima urgência dar efectivas possibilidades de tratamento acabando com situações de mais de seis meses de espera para a primeira consulta nos Centros de Atendimento. Do mesmo modo é de grande importância a criação de pelo menos mais 1000 camas em comunidades terapêuticas públicas até ao final de 1998 a par de uma exigente fiscalização de instituições particulares nesta área. (...)»