CDU



Passeio no Tejo de mulheres CDU

Projecto autárquico
também no feminimo


Cerca de 200 mulheres, eleitas e candidatas da CDU dos distritos de Lisboa, Setúbal, Évora e Aveiro participaram no passado sábado num convívio, realizado a bordo de um barco no rio Tejo, subordinado ao tema CDU - Um projecto autárquico, também no feminino.

A iniciativa foi promovida pela Comissão para os Problemas e movimento das Mulheres, junto do CC do PCP. Durante o encontro foram feitas várias intervenções, em particular, por Manuela Silva, candidata à CM de Santa Maria da Feira, Vitalina Roque, vereadora na CM de Montemor, Graça Mexia, presidente da Comissão para a Igualdade da Assembleia Municipal de Lisboa e Jacinta Ricardo, presidente da CM do Montijo. Fernanda Mateus, membro da Comissão Política do PCP interveio igualmente para sublinhar a importância de elevar a participação das mulheres no poder local.

A importante presença de mulheres nas listas da CDU é demonstrada por alguns dados divulgados na ocasião: dos 120 cabeças de lista da Coligação, 19 são mulheres (15,8%). No entanto, no distrito de Lisboa, esta percentagem sobe para 26,6%, ou seja dos 105 nomes considerados para as 15 câmaras 28 são mulheres. Em 112 nomes para as Assembleias Municipais, 27 são mulheres, encabeçando ainda 19 listas às Juntas de Freguesias.

 

CDU à frente

No distrito do Porto destaca-se a apresentação de três mulheres como primeiras candidatas a Câmaras; uma à Assembleia de marco de Canavezes e duas às Assembleias de Freguesia da Foz do Douro e Bonfim.

No distrito de Braga, foram já anunciadas três mulheres cabeças de lista à Assembleia de Freguesia de S. Vítor e S. Vicente e à Assembleia Municipal de Guimarães.

No total das câmaras municipais do País, existem apenas cinco mulheres presidentes, sendo que duas delas são eleitas pela CDU. De rasto a Coligação conta 22,5 por cento do total das mulheres eleitas em órgãos de poder local (38 em 168). No total dos eleitos CDU, as mulheres representam 15,4 por cento, enquanto que as eleitas no PS não ultrapassam os 8,3 por cento, e no PSD, se ficam pelos 6,6 por cento.

Por distritos, as mulheres CDU representam 13,6 por cento em Évora; em Setúbal, 19,2 por cento; em Santarém, 16,6 por cento; em Braga, das seis vereadoras eleitas pelas diferentes forças uma é da CDU; em Castelo Branco, em sete mulheres eleitas uma é CDU; em Leiria, das cinco eleitas, uma é CDU; no distrito de Beja, dos 80 eleitos de todas as forças políticas apenas sete são mulheres, sendo que a CDU conta com quatro entre os seus 39 eleitos.

 

Combater
discriminações

Durante o encontro, em cujo final foi aprovada uma resolução, usou ainda da palavra Luís Sá, membro da Comissão Política do PCP, que salientou que os números divulgados «confirmam que existe um esforço firme e coerente de combater discriminações e aumentar decididamente a participação de mulheres nos órgãos de poder local»

Reconhecendo que é preciso ir mais longe no futuro, aquele dirigente comunista frisou que «não há projecto de igualdade que não compreenda também a igualdade entre homens e mulheres. Não há projecto de libertação que possa deixar de incluir a libertação da mulher. Não há projecto de democracia participativa que possa excluir a participação das mulheres».

Realçando que «muito do trabalho e da obra feita pela CDU teve como beneficiárias», Luís Sá referiu mais adiante «que através de eleitos ou eleitas, vamos continuar a trabalhar eficazmente para as populações, e para as mulheres em especial (...) mas estamos convencidos de que as mulheres da CDU, verdadeiramente de esquerda, constituem uma especial contribuição, pela sua firmeza e sensibilidade própria, para o aprofundamento da qualidade e democraticidade do nosso trabalho autárquico».

«Uma coisa é certa», continuou Luís Sá, «em tempos, o PS conseguiu uma grande efeito mediático com a proposta de quotas obrigatórias, fixadas na lei e na Constituição, que obrigariam a que um quarto dos candidatos fossem mulheres. Em 1 de Fevereiro de 1994, o actual Primeiro Ministro e então líder do PS foi mesmo afirmar a um Parlamento Paritário realizado na Assembleia da República que seria necessário aprovar um diploma com quotas mínimas obrigatórias de participação de mulheres. Dissemos frontalmente que esta não era a via, e não teremos sido bem compreendidos por todos. Agora vê-se. Nós continuamos preocupados. Enquanto isso, as quotas foram mesmo para a gaveta em que o PS meteu o socialismo e tantas outras promessas.

«Hoje, obtido o efeito de momento, abandonou a proposta de consagrar quotas na lei e na Constituição. Foi mais uma matéria em que deu o dito por não dito. Mas mais ainda: não dá o mínimo sinal de ter adoptado uma política de real promoção da participação de mulheres nas suas listas».

Já a finalizar, Luís Sá lançou uma desafio aos outros partidos: «façam o mesmo que nós. Revelem dados sobre a participação de mulheres nas vossas listas, Ver-se-á claramente uma verdade indesmentível: A CDU já estava à frente. E vai ficar ainda mais à frente após as próximas eleições».