TRABALHO



Forte determinação
na marcha pelas 40 horas


Centenas de trabalhadores e membros de estruturas representativas de vários sectores e empresas do Norte participaram no sábado na «marcha pelas 40 horas, pelo emprego e pelos direitos», que ligou a localidade da Nespereira ao Largo do Toural, em Guimarães. Pelo número, pelo entusiasmo e pela vivacidade, destacaram-se as trabalhadoras da indústria têxtil, numa acção que deixou mais uma vez marcada a determinação de continuar a luta pela redução efectiva do horário de trabalho, pelo descanso obrigatório ao sábado e pela semana máxima de 40 horas a partir de Dezembro próximo.

Estes objectivos, como foi recordado por Carvalho da Silva e pelos sindicalistas que intervieram no final da manifestação, são inteiramente assumidos por dezenas de milhar de trabalhadores que têm mantido, desde há quase 7 meses, greves ao trabalho que ultrapassa a redução imposta pela Lei 21/96.

A União dos Sindicatos de Braga revelou que recebeu saudações de apoio à marcha do passado sábado da parte de algumas figuras públicas, como Pedro Abrunhosa, Rui Reininho, Albertina Machado, Sérgio Godinho, José Saramago, Quinito, Veiga Trigo. No final da marcha interveio também o padre Constantino Alves. Nesta ocasião foi também dada a conhecer, entre outras, uma mensagem de solidariedade enviada por Carlos Carvalhas.

Na marcha participou uma delegação do PCP, composta pelos dirigentes António Lopes, Henrique Sousa e José Antunes e pelo deputado Rodeia Machado.

As palavras de ordem mais gritadas - «40 horas sim! Vigarice não!» e «Guterres, aldrabão, está feito com o patrão» - reflectem um sentimento que, por iniciativa dos organizadores da marcha, ficou também expresso em dezenas de quadras feitas por trabalhadores e colocadas em cartazes ou arcos dos santos populares. As posições dos trabalhadores iam novamente ser levadas à ministra do Emprego pela Federação dos Sindicatos Têxteis, Vestuário e Calçado, numa reunião agendada para ontem, ao princípio da noite, em Lisboa.