INTERNACIONAL



Cuba e Coreia do Norte
apelam à solidariedade internacional


O Comité Central do Partido Comunista de Cuba (PCC) enviou recentemente uma mensagem em que pede a solidariedade de todas as nações, as suas forças políticas e os seus povos para fazer frente às crescentes medidas norte-americanas contra Cuba.

No mês passado, o Comité de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA aprovou dez emendas à Lei sobre a Reforma da Política Externa que vêm endurecer o bloqueio a Cuba. Todo o processo de aprovação foi feito na mais absoluta reserva e sem qualquer conhecimento por parte do público.

A legislação agora aprovada contém medidas de represálias aos países que mantenham relações comerciais com Cuba, aprovam e regulam fundos para grupos contrarevolucionários internos e introduzem modificações nas transmissões radiofónicas e televisivas dirigidas ilegalmente para Cuba.

Para o PCC, esta é a expressão mais clara de «uma política mundial destinada a afirmar o "direito supremo" que os Estados Unidos se atribuiu de tutelar as relações internacionais e intervir nos assuntos internos dos outros países. Este processo compreende a afirmação da capacidade de decidir quais devem ser os padrões de conduta das outras nações, as características dos seus sistemas políticos, a composição "adequada" dos seus governos e legislaturas, assim como o estabelecimento das condições em que podem aceder ou não ao mercado mundial».

Os comunistas cubanos, sofrendo na pele as consequências do bloqueio norte-americano ao seu país, repudiam a lei Helms-Burton e sublinham que as novas medidas prosseguem a violação da soberania do seu país e do direito dos outros países ao livre comércio. Além disso, constituem a afirmação do métodos do Governo e do Congresso dos Estados Unidos que poderão «ser utilizados contra outras nações, com o objectivo de fazer prevalecer os seus interesses no actual processo mundial de redefinição das relações económicas, políticas e militares».

 

Coreia do Norte

Face às crescentes dificuldades com que o povo norte-coreano se debate desde as primeiras inundações ocorridas há mais de dois anos, o Comité de Amizade Internacional para a Reunificação e a Paz na Coreia apelou à solidariedade de todos os países no combate à falta de alimentos que se regista naquele país.

A República Popular Democrática da Coreia sofreu durante dois anos consecutivos enormes inundações que atingiram particularmente as zonas de culturas (85 por cento do território norte-coreano é montanhoso). Apesar das medidas imediatamente levadas a cabo pelas autoridades e de um vasto elo de solidariedade nacional, as consequências ainda hoje se fazem sentir.

Para além da grande escassez alimentar, os maiores problemas prendem-se com a grave deterioração dos solos (em certa regiões a erosão das terras atingiu um metro de profundidade), a destruição dos sistemas de irrigação e a danificação em muitas infraestruturas e construções como estradas, pontes, vias férreas, barragens, cabos de alta tensão, habitações, fábricas e instituições públicas.

O Plano Alimentar Mundial da ONU (que apelou ao envio de 126 milhões de dólares) lançou recentemente um novo plano de urgência em diversos países e exortou ao levantamento das sanções económicas à Coreia do Norte impostas sob pressão dos EUA.

Por seu lado, o governo de Seul declarou «ilegais» toda a ajuda das ONGs e organizações religiosas da Coreia do Sul que não tenham o seu acordo, condicionando todo o auxílio humanitário a cedências de ordem política.

Comentando esta decisão, o Comité de Amizade diz que «face a um drama humano a solidariedade é um dever que não se pode negociar» e lembra que em 1984, depois do tufão que assolou a nação sul-coreana, a Coreia do Norte enviou uma importante ajuda composta por cereais, medicamentos e cimento sem qualquer pré-condição.