Na Câmara de Setúbal
Maioria PS em debandada
A Comissão Concelhia de Setúbal do PCP acusou o PS local
de "desnorte" na condução dos destinos da Câmara
Municipal presidida por Mata Cáceres. Em causa está a
anulação da reunião pública camarária agendada para o
passado dia 5, motivada pela não comparência de cinco dos seis
eleitos do PS. Tal ausência provocou a automática falta de
quorum, o que, no entender dos comunistas de Setúbal, constitu
"uma grave irresponsabilidade política" e um claro
"desrespeito pelos assuntos dos cidadãos".
Recordado pela organização concelhia de Setúbal do PCP, em
comunicado subscrito pelo respectivo Secretariado, é o facto de
um dos pontos da ordem de trabalhos para a referida reunião ser
a "ratificação do Pacto Social da SociedadeVitória
Futebol Clube S.A.D.", cuja escritura, de acordo com
notícias na imprensa local, foi rodeada de várias peripécias,
levando inclusive a que a assinatura tivesse sido celebrada às
23 horas e 58 minutos.
Ora, como observa o comunicado, é caso para perguntar se "a ausência da maioria PS na reunião da Câmara não significa uma fuga às responsabilidades que coube à vereadora Paula Costa assumir, assinando a escritura em causa sob tal pressão que ela própria se viu na obrigação de invocar laconicamente a solidariedade do presidente neste processo.
Tais factos, na opinião dos comunistas de Setúbal, confirmam o "desnorte em que já caiu a gestão da Câmara Municipal", agora ainda mais abalada, sublinham, "pela monumental vaia com que foi premiado Mata Cáceres" na corrida de toiros realizada na noite do passado dia 2.
"Águas turvas"
Notícias entretanto vindas a pública na imprensa do passado fim-de-semana dão conta de uma situação no mínimo insólita no que se refere ao concurso para a concessão dos serviços de água e saneamento no concelho de Setúbal. Em causa está, concretamente, o impasse que rodeia a decisão quanto à empresa vencedora do concurso, num negócio que segundo as estimativas ronda os 16 milhões de contos. Os prazos estabelecidos para a conclusão do concurso foram já ultrapassados e não houve até ao momento por parte dos responsáveis do Município qualquer explicação para este atraso que, diz-se, está a gerar grande controvérsia entre as empresas concorrentes e em relação ao qual começam a lavantar-se suspeitas, havendo mesmo quem já fale de "águas turnas" no referido concurso.