NACIONAL


Entre-Douro-e-Minho


Agricultores indignados com o Governo



Os jovens agricultores do Entre Douro e Minho (EDM) exigiram a "correcção imediata da proposta" de declaração de estado de calamidade na agricultura, contestando a decisão governamental de excluir toda a região dos apoios previstos ao abrigo daquela figura.
Em comunicado, a Associação dos Jovens Agricultores do Distrito do Porto afirma que "os jovens agricultores do Entre Douro e Minho estão indignados com a actuação do Governo" e consideram "inadmissível que os prejuízos causados na cultura da vinha e da batata, entre outras, não sejam contemplados".
Esta posição surge na sequência do "conhecimento da proposta de intenção de declaração de calamidade agrícola de origem climatérica apresentada pelo Gabinete de Planeamento e Política Agro-Alimentar do Ministério da Agricultura na reunião com os parceiros do Ministério".
"Não queremos acreditar que os responsáveis da Direcção Regional de Agricultura do Entre Douro e Minho não tenham informado o Ministério da Agricultura da dimensão dos prejuízos nas referidas culturas", afirma o comunicado divulgado no final de uma reunião de urgência das associações de agricultores do EDM.De acordo com dados dos jovens agricultores, os prejuízos na cultura da vinha ascendem a oito milhões de contos, considerando uma quebra da produção de vinho verde superior a 40 por cento e que atinge mesmo os 100 por cento em alguma zonas do Alto Minho.
Na cultura da batata, os prejuízos rondam os dois milhões de contos, designadamente nos concelhos da Maia, Matosinhos, Vila do Conde, Santo Tirso e Ponte de Lima, devido à chuva e às amplitudes térmicas, "favorecendo os ataques de míldio que em dois dias destruiram por completo os batatais".
"Nesta cultura a situação é dramática, pois os agricultores para além da perda de todo o investimento têm ainda de responder perante os clientes, como a indústria, com quem estabeleceram contratos de fornecimento, aos quais estão impossibilitados de dar cumprimento, bem como aos compromissos com os fornecedores dos factores de produção", referem os agricultores, que voltaram a reunir-se terça-feira, respondendo ao apelo das suas associações, para reiterar as suas reivindicações.