PCP


Campo da Vinha

Comunistas de Braga
ausentes na inauguração



A Comissão Concelhia de Braga do PCP recusou o convite do Presidente da Câmara para estar presente no acto de inauguração das obras de superfície do Campo da Vinha, demarcando-se do projecto e das posições de júbilo oficial da maioria PS.

Em carta aberta aos bracarenses, os comunistas rejeitam quaisquer especulações sobre a sua decisão e esclarecem que as críticas ao projecto do Campo da Vinha por parte do PCP e da CDU de Braga são conhecidas e nada autoriza a que possam ser interpretadas como uma oposição a projectos de verdadeira modernização e valorização da cidade ou como resultado de mera luta eleitoralista ou de sectarismos partidários.

Lembrando as principais a todo o processo, a Concelhia do PCP refere os termos e a forma do processo de alienação daquela grande praça pública, a título definitivo e vitalício, a favor de um grande grupo privado que dele retirará enormes lucros. Para o PCP seriam «possíveis e desejáveis outras de concessão que melhor salvaguardassem os interesses futuros do município de Braga».

A esta crítica juntam-se outras que incidem sobre a pouca divulgação do projecto, facto que mostrou a «falta de vontade de procurar a adesão e consensualidade entre a população»; e sobre o próprio arranjo da superfície, onde «o grande volume construído produz impactos negativos em toda a zona edificada envolvente».

Por estas razões o PCP tem estado empenhado, juntamente com outras forças e sectores do concelho, num processo de contestação e esclarecimento da opinião pública que passa inclusivamente pelo recurso aos poderes públicos e órgãos judiciais.

Para além destas posições, que só por si seriam suficientes para explicar a sua ausência na inauguração da obra, o PCP recorda ainda que, desde o apelo público para a realização de uma «vigília de cidadãos contra o mamarracho e as obras na Praça», tem sido alvo por parte da Câmara de uma «escalada persecutória movida pela Câmara Municipal, contra o direito constitucional e legal de propaganda política».

A retirada sistemática de toda a propaganda do PCP e da CDU na cidade é interpretada pela estrutura comunista como «uma forma de retaliação contra quem tem posições diferentes e as defende de uma forma democrática» e é, «com a aproximação do fim do seu mandato e de novas eleições autárquicas, um traço marcante de uma gestão municipal da maioria absolutista do PS».

A concelhia afirma ainda que a política urbanística da responsabilidade de mesquita Machado, em que a cedência aos interesses dos grandes grupos da construção imobiliária e a megalomania são cada vez mais claras, arrastaram a maioria socialista na câmara para uma escalada de arrogância e de cerceamento dos direitos democráticos de quem mais consequentemente se lhe opõe».