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EUA

UPS - 186 mil em greve



Os trabalhadores da United Parcel Service (UPS) e a administração da empresa chegaram a um princípio de acordo sobre a greve e as reivindicações em causa, na segunda-feira à noite, horas depois do sindicato ter anunciado o endurecimento das formas de luta.

São três as reiveindicações fundamentais que desde há duas semanas mantêm em greve 186 mil pessoas. A primeira prende-se com os trabalhadores em «part-time» (cerca de 60 por cento do total). Os trabalhadores a tempo inteiro recebem por hora o dobro dos empregados em «part-time», facto que mantem os segundos em piores condições e numa situação perfeitamente injusta.

As refomas são outra causa desta greve. A UPS pretende abolir o control dos sindicatos nos fundos de pensões, colocando-os exclusivamente na sua mão para os usar nos seus próprios investimentos. Os fundos estão avalidados em mais de um bilhão de dólares.

A seguração é a terceira reivindicação dos trabalhadores. Os classificadores manuseiam mil embalagens por hora, cerca de 75 quilogramas.

A greve já custou à empresa 600 milhões de dólares. A UPS distribui diariamente 12 milhões de cartas e encomendas, cerca de 80 por cento do mercado dos Estados Unidos.

O Partido Comunista dos EUA apela à solidariedade internacional com os grevistas, através de diversas formas, nomeadamente mensagens, abaixo-assinados e manifestações em frente a delegações da UPS.

«Apesar da campanha lançada pela administração da empresa na tentativa de levar o presidente Clinton a invocar a lei federal laboral para pôr termo à greve (caso considere que esta põe em causa a economia americana), os trabalhadores contam com o apoio da maior parte da opinião pública dos Estados Unidos», lê-se num comunicados dos comunistas norte-americanos.

«Este apoio mostra a cólera dos trabalhadores dos EUA contra o desaparecimento de postos de trabalho e o declínio do nível de vida que mais de três quartos sofreu nos últimos anos», acrescentam.

«O impacto da intensificação dos ritmos de trabalho, redução de efectivos, o trabalho parcial e temporário despertaram a consciência de classe de milhares de pessoas que vêem esta greve como uma oportunidade de expressar a sua cólera colectiva», considera O Partido Comunista dos EUA.