Em Setúbal
Privatização dos SMS visam «salvar mandato»


Repudiando mais uma vez a ausência de transparência no acordo firmado entre o governo PS e a Sonae na Torralta, que, pelo que se conhece, indicia a tentativa de despedimentos de trabalhadores, a Comissão Concelhia de Setúbal do PCP interroga-se se, para além deste acordo, não existirão outros de idêntica gravidade. Se, por exemplo, a precipitada revisão do PDM não obedecerá à satisfação de interesses da Sonae no campo imobiliário?

Também o chamado «Processo de Reestruturação da Lisnave» é mais uma vez denunciado pelos comunistas que dizem que, a confirmar-se o lançamento deste grupo económico no negócio de tratamento dos lixos industriais, ele faz realçar os riscos de a Sécil - em pleno Parque Natural da Arrábida -, poder vir a ser escolhida para a incineração dos mesmos, prefigurando um quadro susceptível de «afectar o meio ambiente e a qualidade de vida das populações».

Quanto à decisão da maioria PS na Câmara, de privatizar os Serviços Municipalizados de Setúbal, a «troco de 17 milhões de contos», os comunistas consideram-na «gravíssima» e feita com o objectivo único de «procurar desafogar a Câmara Municipal do colapso financeiro em que está mergulhada e, assim, salvar o mandato».
Com esta medida, a Câmara e a comunidade ficam «sem meios de controlo estratégico sobre um dos principais instrumentos para a melhoria da qualidade de vida das populações», denuncia o PCP, ao mesmo tempo que alerta para uma eventual ilusão à volta do abaixamento do preço médio da tarifa da água que, a concretizar-se, obedecerá apenas a uma «estratégia eleitoralista, de curta duração».