Sindicatos retomam calendário de lutas
Vigília sábado em Guimarães
pelas 40 horas



A CGTP decidiu lançar um apelo a que personalidades nacionais manifestem a sua solidariedade para com os trabalhadores que exigem a semana de 40 horas e o fim do trabalho ao sábado.
Ao fim de dez meses de greves, desfiles e manifestações pela efectiva redução dos horários de trabalho, a caminho do máximo de 40 horas semanais (que deve ser generalizado a partir do próximo dia 1 de Dezembro), está agendada para este sábado de manhã, em Guimarães, uma vigília, cujos contornos deviam ser anunciadas ontem, em conferência de imprensa com Manuel Carvalho da Silva.


No comunicado em que apela à participação dos trabalhadores nesta acção, a Federação dos Têxteis salienta que ela se insere «na continuação da nossa justa luta pelas 40 horas, pelo fim do trabalho ao sábado e o respeito dos direitos contratuais».

Para estarem no Largo do Toural, entre as 9 e as 12 horas, muitos homens e mulheres de Guimarães e dos concelhos vizinhos terão que fazer greve. Mas «a nossa luta já trouxe resultados positivos para milhares de trabalhadores», salienta a Fesete/CGTP, apontando os que já estão a beneficiar da correcta aplicação da Lei 21/96 e os que passaram a trabalhar sábado sim, sábado não. «Porque o Governo nada fez para a correcta aplicação da lei, fomos "obrigados" a negociar com as associações patronais e, aí, as últimas propostas apresentadas pelos patrões, estando ainda longe dos anseios e das exigências dos trabalhadores, admitem já horários inferiores às 42,5 horas actuais, embora não queiram acabar com o trabalho ao sábado».

A federação sublinha que «estamos na altura das grandes decisões», com a aproximação do mês de Dezembro, e apela «a todos os trabalhadores, mesmo àqueles que já têm garantidas as 40 horas e o fim do trabalho ao sábado, para se unirem e lutarem conjuntamente com todos os que há dez meses fazem greve».


Calçado

Os sindicatos do sector do calçado e a Fesete desafiaram a associação patronal APICCAPS a dar início no dia 9 de Setembro às negociações para revisão do contrato colectivo que deve entrar em vigor a 1 de Outubro. A proposta sindical, entregue a 31 de Julho, reclama aumentos salariais de 7 por cento, um subsídio de alimentação de 450 escudos, a consagração das pausas como tempo de trabalho, a promoção automática dos operários de 2ª a operários de 1ª e pequenas correcções nos enquadramentos profissionais.

Para os representantes dos trabalhadores, estas propostas podem ser suportadas pelas empresas, tanto mais que «o sector continua a dar provas de grande dinamismo industrial, económico e comercial, com os valores das exportações a aumentarem de ano para ano».


Plenário do STAL

Na próxima terça-feira realiza-se em Lisboa, na Casa do Alentejo, um plenário nacional de dirigentes, delegados e activistas do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local.

Na base da sua convocação está «a necessidade de fazer um balanço das negociações que decorrem no seguimento do acordo subscrito em Janeiro de 1996 entre os sindicatos da Frente Comum e o Governo, analisar o projecto de carreiras profissionais do Governo, assim como preparar as reivindicações para 1998» — explica uma nota do departamento de informação do STAL.

Cerca das 16 horas, no final do plenário, os sindicalistas vão deslocar-se à secretaria de Estado do Orçamento, com o objectivo de exigir uma resposta à reivindicação de uma actualização salarial suplementar de 5 mil escudos, ainda em 1997, para todos os trabalhadores das autarquias.


Dragapor

O Sindicato da Função Pública do Sul e Açores preveniu o primeiro-ministro e outros responsáveis do Governo de que os trabalhadores da Dragapor encaravam a possibilidade de retomar esta semana a luta suspensa em 7 de Julho. Nesta data, o Governo assumiu compromissos sobre integração e aposentação dos funcionários públicos e sobre o futuro do emprego dos 53 trabalhadores do regime geral, mas as promessas não estão a ser cumpridas.