Japão
PC duplica deputados em Tóquio



O Partido Comunista Japonês (PCJ) elegeu o dobro dos deputados nas recentes eleições para a Assembleia Metropolitana de Tóquio, de acordo com os resultados oficiais definitivos.


Apesar da participação do eleitorado no escrutínio ter sido apenas de 40,8 por cento, os comunistas receberam mais 176 mil votos do que nas eleições de 1993. O PCJ foi o único partido a aumentar a sua votação.

Em consequência do sistema eleitoral japonês, o Partido Liberal Democrata (PLD) alcançou mais dez lugares do que anteriormente (tendo 54 no total) apesar de ter perdido cerca de 283 mil votos.

Todos os auto-denominados «partidos da liderança» (PLD, Komei, Partido Democrático, Partido da Nova Fronteira, Partido Social Democrata e Partido Taiyo) viram os seus votos diminuirem em um milhão, no total.

O Partido da Nova Fronteira perdeu quatro lugares, enquanto o PSD, que conquistou mais 14 deputados em 1993, apenas elegeu mais um este ano.

O sistema eleitoral semi-proporcional do Japão é constituido por círculos eleitorais mistos: uns elegem um ou dois deputados, enquanto outros elegem três ou mais candidatos.

Anteriormente, o PCJ apenas tinha deputados eleitos por este último sistema. Nestas eleições conseguiu eleger sete candidatos em círculos uni ou binominais. A votação total nos comunistas atinge quase 70 por cento dos resultados do PLD.

Os comunistas japoneses consideram que estes números representam uma «importante mudança e o início de uma nova fase». Tetsuzo Fuwa, dirigente do PCJ, acrescentou que os resultados implicam «um primeiro passo no processo de renovação da política de Toquio e do Japão».

O PCJ recusou o «Plano para umas Finanças Sólidas» apoiado pelos «partidos da liderança», defendendo uma política de melhoramento das condições de vida da população em geral. O Partido Comunista apoiou igualmente uma petição contra o fim dos passes grátis da terceira idade no metro e autocarros, bem como campanhas contra os cortes de subsídios às escolas privadas e nas ajudas financeiras às pequenas e médias empresas.

De acordo com uma sondagem realizada por um canal de televisão, o Partido Comunista é visto como uma alternativa viável por uma grande parte do eleitorado, inclusivamente por aqueles que não apoiam qualquer partido em particular.