Carlos Carvalhas na Voz do Operário
Inovação e iniciativa
marcam gestão em Lisboa



Com a participação de Carlos Carvalhas, realizou-se na quinta-feira passada, na Voz do Operário, um convívio com candidatos e apoiantes do PCP na Coligação «Mais Lisboa». Na ocasião, o Secretário-geral do PCP, na breve intervenção de que se transcreve extracto, referiu-se ao esforço da coligação para modernizar e transformar a cidade de Lisboa, alertando, porém, para as perspectivas e desafios que o novo mandato irá colocar.


«Permitam-me quatro breves referências, nesta iniciativa de candidatos e apoiantes do PCP na Coligação "Mais Lisboa".

Uma primeira referência, à contribuição dada pelos comunistas ao trabalho que as autarquias da cidade desenvolvem. Um trabalho que nas freguesias, na Assembleia Municipal e na vereação do Município concorre decisivamente para a diferença positiva que a gestão das Coligações Por e Com Lisboa representa para a Cidade.
É hoje indesmentível o esforço de modernização e transformação urbanas que a actual Coligação imprimiu à Cidade. Não deixamos de reconhecer que nem tudo foi resolvido, nem todas as opções foram adequadas e que é necessário mais trabalho colectivo e estar de ouvidos bem abertos aos avisos, insatisfações e também às críticas e sugestões. Mas salta à vista a viragem que foi possível transmitir à gestão no conjunto da cidade e muito particularmente a inovação, e as iniciativas que no âmbito das suas responsabilidades os vereadores do PCP imprimem aos pelouros pelos quais são responsáveis.

Uma segunda referência, para a contribuição que o PCP, os seus candidatos e o conjunto da organização serão chamados a dar na batalha eleitoral que temos presente.
Uma contribuição que naturalmente exigirá o empenhamento e a determinação dos nossos candidatos e activistas para barrar caminho a uma nova tentativa da direita para chegar ao governo da Cidade.
Por muitas caras que pretenda apresentar ao eleitorado ou por mais disfarçadamente que tente apresentar os seus reais apoios, a verdade é que a candidatura de Ferreira do Amaral não é mais que a tentativa da reposição do modelo de gestão PSD/CDS a que Kruz Abecassis deu rosto na década de 80, e que a cidade e a sua população, lúcida e determinadamente, puseram fim. Depois, o actual candidato da direita só terá para apresentar a face visível e co-responsável da governação cavaquista com todas as marcas sociais, autoritárias e desumanizadas que caracterizam a política de direita.
Mas não subestimemos as exigências desta batalha eleitoral. Os meios a que a candidatura adversária recorrerá não se compadecerão com hesitações ou atrasos no desenvolvimento da nossa campanha.

Uma terceira referência, para as perspectivas e desafios que o novo mandato colocará.
Concluídas ou adiantadas que estão as grandes obras e transformações urbanas, o trabalho dos eleitos do PCP deverá ser ainda mais marcado por uma atenção à qualificação da vida da população, às grandes e pequenas obras e arranjos, ao embelezamento dos pequenos espaços, ao estímulo à intervenção cívica, à vivificação social da cidade e à preservação da história, tradições e população que a viu crescer e transformar-se. É necessário que este terceiro mandato confirme as características mais positivas e diferenciadas da Coligação.
Uma última referência para a batalha geral e os objectivos que todos nós comunistas prosseguimos nesta Região. A vitória na Cidade de Lisboa, no quadro da Coligação "Mais Lisboa" e a confirmação, reforço e conquista de novas posições para a CDU na Região de Lisboa, constituirá o reconhecimento do valor do projecto autárquico e uma afirmação da força e influência do PCP e da CDU.
Uma força e influência, de que o exemplo de Lisboa é testemunho, indispensável para abrir novos caminhos e soluções alternativas para o futuro político do país.
Nós orgulhamo-nos de termos contribuído com a nossa opinião, empenho e intervenção determinada para o melhor que se tem feito na cidade, de termos deixado a marca da CDU em muitas direcções do trabalho em Lisboa. E assim deveremos continuar, na câmara e nas freguesias que são a célula mais viva e mais importante do Poder Local.»


«Avante!» Nº 1246 - 16.Outubro.1997