CE
Timor recebe 400 mil contos da UE



A Comissão do Orçamento do Parlamento Europeu aprovou, na semana passada, uma emenda ao orçamento da União Europeia para 1998 que prevê uma ajuda da União Europeia a Timor-Leste, apresentada pelo Grupo Confederal de Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, de que o PCP faz parte.


Educação, saúde, desenvolvimento rural e formação são as áreas que receberam cerca de 400 mil contos provenientes dos cofres da UE, um orçamento dentro do quadro das ajudas humanitárias e de apoio ao desenvolvimento.
A sua aplicação será entregue a organizações não-governamentais, em princípio à Igreja católica.
A emenda terá de ser aprovada pelo Parlamento Europeu na sessão de cinco dias que se inicia na próxima segunda-feira, e depois será remetida para o Conselho de Ministros do Orçamento. Posteriormente voltará ao PE.
A África do Sul, Cuba, a Birmânia, o Chile, o Vietname e o Cambodja são os outros países que recebem este tipo de apoio.
Entretanto, o eurodeputado comunista Sérgio Ribeiro, durante o recente debate sobre as relações entre a UE e a ASEAN (de que a Indonésia faz parte) acusou os participantes daquela sessão de «malabarismo político», ao procurarem que Portugal desbloqueie o acordo entre as duas organizações, praticamente ignorando Timor-Leste.
Isto porque o debate esquece «a invasão e ocupação militar de um território por descolonizar, ignora o genocídio cultural e físico de um povo, desconhece as decisões das Nações Unidas que exigem o respeito concreto pelo direito à autodeterminação, tudo reduz a protecção de Direitos Humanos, na tácita aceitação do que esquece, do que ignora, do que desconhece, como se Timor fosse parte integrante da Indonésia».
Sérgio Ribeiro acusa a Comissão de Assuntos Externos da UE de nada solicitar «à Indonésia que prossegue uma ocupação militar há mais de 20 anos, embora o parecer apele aos Estados membros para que respeitem a resolução do Parlamento quanto à venda de armas à Indonésia».


«Avante!» Nº 1246 - 16.Outubro.1997