Administração Pública
Sindicalistas
exigem respostas
Cerca de 40 dirigentes e delegados sindicais da Administração Pública realizaram na passada quinta-feira uma "ocupação simbólica" das secretarias de Estado da Administração Pública e do Orçamento, em Lisboa, para "obter respostas" do Governo, particularmente quanto à revisão de carreiras e à actualização salarial para 1998.
A acção, "quase
espontânea" - segundo disse Paulo Trindade, da Frente Comum
dos Sindicatos da Administração Pública, à Agência -
iniciou-se na secretaria de Estado da Administração Pública,
onde foram recebidos pelo chefe do Gabinete de Fausto Correia.
"Sem respostas concretas" às dúvidas que levaram os
trabalhadores a esta iniciativa, os dirigentes e delegados
sindicais seguiram depois para a secretaria de Estado do
Orçamento.
Para Paulo Trindade, "o descontentamento dos trabalhadores
é muito grande" e "não é possível esperar mais
tempo para ouvir respostas do Governo".
As reivindicações prendem-se sobretudo com o facto de o Governo
ainda não ter dado respostas a três questões: a
reestruturação das carreiras, a diferença entre o índice 100
da Função Pública e o Salário Mínimo Nacional, e a não
entrada em vigor dos diplomas negociados há vários meses com os
sindicatos.
Fantasma?
Os dirigentes e delegados
sindicais pretenderam ainda saber onde se encontra a proposta que
o secretário de Estado da Administração Pública, Fausto
Correia, disse (aos órgãos de comunicação social) ter há
vários meses para apresentar aos sindicatos.
"Deve ser uma proposta fantasmagórica", ironizou Paulo
Trindade.
Depois de serem recebidos pelo adjunto da secretária de Estado
do Orçamento, Manuel Nobre, os dirigentes e delegados sindicais
afirmaram aos jornalistas que lhes foi transmitido não haver
alteração à posição do Governo relativamente ao índice 100.
"Os trabalhadores não vão desistir da eliminação da
diferença entre o índice 100 e o Salário Mínimo
Nacional", garantiu Paulo Trindade. Já à saída, o
dirigente sindical afirmou que "todas as formas de luta
estão em aberto para fazer o Governo inverter as suas
posições".