Marinha Grande
PS
- dois pesos e duas medidas
O PS e o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande decidiram não atribuir qualquer pelouro à CDU, desta forma atentando contra «a vontade expressa nas urnas por quase seis mil eleitores» que deram a esta coligação três mandatos.
A Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP, a quem cabe a denúncia, lembra ser esta a primeira vez, após o 25 de Abril, que o poder autárquico não é partilhado com outra força política, sendo que nos 14 anos de maioria APU/CDU, «os vereadores da oposição sempre tiveram pelouros na Câmara, mesmo em 1985, quando o PS elegeu só dois vereadores». E que, em 1989, apesar da diferença de 1200 votos, a CDU deu ao PS o vereador a tempo inteiro que este partido reclamava e ainda os pelouros do Desenvolvimento Económico, da Cultura, da Educação e do Turismo, entre outros.
Contrariamente a esta
postura, o PS «tem dois pesos e duas medidas» - uma na
oposição outra no poder -, diz o PCP, sublinhando que a CDU
reivindicou pelouros no Executivo da Câmara para «contribuir
activamente para o engrandecimento do concelho» e «ter igual
tratamento ao que sempre dispensou ao PS».
Lamentavelmente, o PS pretende concentrar as responsabilidades
autárquicas em quatro pessoas, em vez de sete como o sufrágio
popular apontou, acusam os comunistas, ao mesmo tempo garantindo
que, «nas condições que lhes foram criadas», os vereadores da
CDU «saberão ser oposição de esquerda», deles não se
devendo esperar «complacência ou silêncio».