Sindicatos
de Coimbra
pedem mais justiça fiscal
A União dos Sindicatos de
Coimbra condenou sábado a política fiscal do Governo e exigiu
uma reforma que introduza mais justiça e contribua para a
diminuição das desigualdades sociais.
"A actuação do governo traduz-se apenas por medidas
avulsas, sem acrescentar algo de fundo, adiando a reforma fiscal
para a maior justiça fiscal que os trabalhadores e os
portugueses em geral exigem", considera o secretariado
distrital da estrutura.
Numa nota citada pela Lusa, a
USC/CGTP-IN alerta para "as gritantes injustiças do sistema
fiscal", com os rendimentos do trabalho "sempre
tributados, enquanto outros não pagam impostos ou pagam taxas
muito inferiores às que são suportadas pelos
trabalhadores".
"Os impostos são pagos quase na sua totalidade pelos
trabalhadores assalariados, constatando-se que duas em cada três
empresas não pagam sistematicamente qualquer imposto, os
empresários em nome individual e os profissionais liberais pagam
impostos irrisórios face aos rendimentos reais que
auferem", frisa a União.
Na nota, é referido que o movimento sindical tem apresentado um
conjunto de princípios e propostas no sentido do desagravamento
fiscal dos trabalhadores por conta de outrem. "Até ao
momento, não houve resposta concreta a tais propostas e algumas
iniciativas que poderiam trazer mais justiça fiscal têm sido
sistematicamente boicotadas por parte dos lobbies
instalados", acusa a União dos Sindicatos de Coimbra.
Reconhecendo "alguns esforços desenvolvidos no sentido do
combate à fraude e evasão fiscal", a USC considera que
"poderiam ser ampliados se a administração fiscal fosse
dotada com os meios materiais e humanos de que carece".
Continente
O Sindicato dos Trabalhadores
do Comércio de Coimbra congratulou-se com o desfecho de um
processo em que acusava o Continente de incumprimento da
legislação laboral no hipermercado da cidade.
Segundo o CESC/CGTP, estavam em causa o exercício de direitos
sindicais e alterações abusivas de folgas. "Desejamos com
sinceridade que, abertas as portas do diálogo, os problemas
possam ser resolvidos directamente sem recurso às entidades
fiscalizadoras", refere o CESC, numa nota distribuída
segunda-feira aos trabalhadores da loja.
Joaquim Serrão, dirigente do sindicato, disse à Lusa que a
informação aos funcionários sintetiza as conclusões de uma
reunião realizada, há uma semana, na delegação de Coimbra da
Inspecção de Trabalho, em que o Continente se comprometeu a
disponibilizar uma sala, com carácter permanente, para o
trabalho sindical. Além do reconhecimento de outros direitos
sindicais, concluíu-se, de acordo com o CESC, que "são
ilegais as transferências de folgas para 25 de Dezembro (ou para
1 de Janeiro ou 1 de Maio, dias de encerramento da loja)".
Na reunião, realizada no dia 5 de Janeiro, na sede de Coimbra do Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho, participaram responsáveis do Continente, do CESC e do IDICT - Ministério do Trabalho.