Em três empresas têxteis da Beira Alta
Ameaçados 1200 postos de trabalho


Cerca de 1200 postos de trabalho estão em risco em três empresas do sector têxtil sediadas em Gouveia (Têxtil Lopes da Costa), em Vodra, Seia (Vodratex) e na Guarda (Gartextil).

A denúncia foi feita na semana passada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta, segundo o qual os problemas que afectam os têxteis se mantêm no início deste ano com incidência naquelas empresas, apontadas como as três maiores da região.
O sindicato, em comunicado referido pela Lusa, explica que, no caso da Vodratex, foi mantida por mais 90 dias a suspensão de trabalho a cerca de metade dos trabalhadores, dado que "ainda não está concluída a situação para a viabilização da empresa, havendo um compromisso do Ministério da Economia para resolver até finais de Março esta problemática".
Relativamente à Gartextil, afirma que os trabalhadores receberam apenas 30 contos de subsídio de Natal, devendo realizar-se na passada segunda-feira, dia 12, a Assembleia Geral de Credores.

Os trabalhadores da TLC, de Moimenta da Serra/Gouveia, entraram em greve desde o início do ano, reivindicando o pagamento de salários em atraso, relativos a Novembro e Dezembro, e do subsídio de Natal.

Lordelo

Os 150 trabalhadores dos primeiro e segundo turnos da Fábrica de Tecidos Carvalho (no Alto da Ribeira, Lordelo, concelho de Guimarães) entraram em greve no primeiro dia útil deste ano, exigindo a correcta aplicação da Lei 21/96.
Ao anunciar a paralisação, o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes adiantou que esta decisão dos trabalhadores se prendeu com o facto de a administração ter decidido descontar nos salários de Dezembro o equivalente a 2,5 horas por semana - pois o pessoal daquela fábrica começou a cumprir o limite legal de 40 horas.


«Avante!» Nº 1259 - 15.Janeiro.98