Pedofilia na Madeira
Uma
intolerável indiferença
Cerca de vinte associações de defesa dos direitos da criança irão, desde já, aderir ao Apelo Internacional lançado pela CDU da Madeira, de denúncia da exploração sexual de crianças e da impunidade para um crime que se arrasta há vários anos, e que hoje já ninguém pode ignorar.
"Confirmaram-se as denúncias
publicamente apresentadas, há muitos anos, por diversas
entidades. Ficaram mais claras as ligações da Madeira às redes
pedófilas internacionais" sublinha o documento, que refere
que "foram mostrados filmes pornográficos realizados com
crianças madeirenses". Filmes bem actuais em Outubro
de 1997 (há menos de três meses, sublinhe-se) , terá sido
realizado um dos mais recentes. Filmes onde aparecem "cenas
que provam a exploração sexual com crianças de Câmara de
Lobos, entre os 8 e os 13 anos". Num deles "uma
criança de 4 anos é violada e torturada fisicamente".
Uma realidade irrefutável de que falta, entretanto,
"investigar com rigor a dimensão" e os seus
"níveis de enraizamento".
Uma investigação que se impõe e terá que vencer
resistências, pois "na Madeira, este crime é cometido com
impunidade há vários anos", como o Apelo denuncia. Ponto
por ponto.
Impunidade
A campanha está
lançada
O documento de denúncia da situação e
apelo a que medidas sejam tomadas para pôr cobro a este crime -
e dirigido ao Presidente da República, procurador da República
e provedor da justiça - está a ser divulgado a nível nacional
e internacional.
Na Madeira foi entretanto enviado para cerca de 50 organizações
para a totalidade dos sindicatos e a União dos Sindicatos
da Madeira, para as várias associações de defesa dos direitos
da criança e para o MAC, Movimento do Apostolado das Crianças.
No continente, o Apelo foi enviado para universidades e
associações de estudantes, associações ligadas à defesa dos
direitos da criança e vários órgãos de informação.
No plano internacional a preocupação foi, antes do mais, a sua
divulgação na Europa Bélgica, naturalmente, Holanda e
Alemanha, tendo ainda sido enviado para alguns países da
América Latina, nomeadamente Peru e Argentina.
Um primeiro passo a que outras iniciativas se seguirão.
Apelo internacional
Estamos convictos de que fazer-se justiça neste caso contribuirá para que nunca mais aconteçam semelhantes situações de exploração de crianças.
Sabemos não ser fácil proceder a uma profunda e célere investigação deste problema.
Apelamos para que as entidades responsáveis não se deixem vencer pela passividade ou pela inércia.
Apelamos para que sejam efectivamente tomadas todas as diligências necessárias no sentido de se dissiparem, inequivocamente, todas as suspeições existentes.
Apelamos a que a investigação se faça sem inibições e a verdade possa ser conhecida.
Apelamos a um outro respeito pelo superior interesse da Criança e dos seus Direitos.
A concluir, o Apelo solicita a empenhada intervenção de todos de modo a garantir a Justiça e a celeridade no decorrer deste importante processo de defesa dos direitos das crianças vítimas de exploração sexual.