Grande
jornada de luta
no ensino superior
Na passada terça-feira realizou-se, por todo o país, mais uma grande jornada de luta dos estudantes do ensino superior. Coimbra, Porto, Lisboa e a grande maioria dos pólos do ensino superior, estão em luta.
Em Coimbra, cerca de 22 mil estudantes aderiram à greve geral. Na FCT/UNL, Universidade Nova de Lisboa, a adesão dos estudantes à greve foi de 100%. No Porto, centenas de estudantes participaram na inauguração da cantina virtual, prometida há já cinco anos para o polo da Universidade em Campo Alegre. Milhares de estudantes recusam-se, neste momento, a pagar a primeira prestação das propinas.
Em comunicado de imprensa, a Comissão Política da Direcção Nacional da JCP sublinha que "esta grande jornada de luta, já em plena época de exames, vem demonstrar que os estudantes estão mobilizados e têm a razão do seu lado".
"Já é tempo de uma nova política para o ensino superior", reclama a direcção da JCP, que aproveita para reafirmar "que é a única organização de juventude partidária que apresentou uma proposta de lei de financiamento do ensino superior" e, juntamente com o PCP, "foram os únicos que sempre defenderam as reivindicações dos estudantes".
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Em Campo Alegre, no
Porto
Cantina
virtual inaugurada
As Associações de Estudantes (AE´s) das Faculdades de Ciências, Arquitectura, Direito, Psicologia e Ciências da Educação, Letras e Núcleo de Acção Social e Financiamento (NASCF) da AE de Letras organizaram dia 13 de Janeiro, na Faculdade de Letras da UP, a inauguração da cantina virtual do polo do Campo Alegre da Universidade do Porto (UP).
A iniciativa, que contou com
a presença de cerca de 250 estudantes que, à falta de cantina
neste polo, não desperdiçaram a oferta de fevras assadas, pelos
organizadores, destinou-se a reclamar o direito a uma cantina que
serviria oito mil estudantes (25% da população estudantil da
UP).
O corte simbólico da fita foi efectuado por um estudante que,
com mímica, colmatou a ausência do ministro da Educação (que
não compareceu, apesar do convite das AE´s).
Os dirigentes associativos
presentes, em declarações à imprensa, fizeram questão de
salientar que o que estava em causa não era exclusivamente a
questão da cantina, mas também a falta de condições
objectivas criadas por este governo, com a lei de financiamento e
com o corte orçamental para o ensino superior em geral e para a
acção social escolar em particular, que não auguram boas
perspectivas para a concretização desta velha reivindicação
dos estudantes da UP.
À hora do fecho desta edicção do "Avante!", ainda
havia estudantes a deliciar-se com as fevras oferecidas pelas
AE´s. De referir que a comida que restou desta iniciativa foi
oferecida pelas AE´s a organizações de solidariedade social da
cidade do Porto.