Desemprego na Europa


A polícia francesa pôs fim, na manhã de sábado, à ocupação de cerca de 20 centros de empregos por grupos de desempregados, algumas das quais decorriam há três semanas. A acção decorreu de forma calma, sem que se tenha registado quaisquer problemas. Os trabalhadores prometeram continuar a sua acção, de forma a chamar a atenção para o problema.

Entretanto, na véspera, o primeiro-ministro Lionel Jospin prometeu desbloquear mil milhões de francos (cerca de 30 milhões de contos) para os desempregados em pior situação.

Em França, a taxa de desemprego é de 12,4 por cento (3,1 milhões de pessoas). Dentro deste grupo, um milhão pertence à categoria de desempregado de longa duração, pelo que já não tem direito a receber qualquer subsídio. Estes indivíduos vivem de ajudas de emergência do Estado, com cerca de 90 contos por mês.


Kohl admite impossibilidade
de reduzir desemprego

Na sexta-feira, o chanceler Helmut Kohl reconheceu pela primeira vez não ser possível reduzir para metade o desemprego na Alemanha até ao ano 2000, como foi definido em 1996 pelo seu governo, os sindicatos e as associações patronais. «Tais números não são certamente tangíveis», declarou à margem de uma conferência da direcção da CDU.

Comentando uma estatística segundo a qual 4,5 alemães estavam desempregados em Dezembro de 1997 - um número recorde - , Kohl considerou que estes dados são «absolutamente insatisfatórios».

O chanceler, há 16 anos no poder, justifica este facto com «mudanças dramáticas ocorridas na sequência da reunificação alemã e da globalização à escala mundial», acrescentando que confia que os cidadãos compreendam isso.
Kohl pediu aos parceiros sociais para «fazerem o possível» na resolução da questão do desemprego, mas, entrando aparentemente em contradição com as suas anteriores declarações, mostrou-se satisfeito com a evolução da economia e disse acreditar «firmemente» na subida em três por cento do Produto Interno Bruto.

Em ano de eleições legislativas, Helmut Kohl garantiu que o seu partido, a CDU, vai prosseguir a coligação com a CSU bávara e com os liberais e manifestou a intenção de manter-se na liderança da Alemanha até ao fim do próximo mandato de quatro anos.


«Avante!» Nº 1259 - 15.Janeiro.98