Matosinhos
PCP e CDU reforçam posição


Em conferência de imprensa, realizada no passado dia 13 de Janeiro, a Comissão Concelhia de Matosinhos do PCP divulgou as conclusões a que chegou sobre os resultados eleitorais no concelho.
Lurdes Azeredo, Serafim Brás e Valdemar Madureira, membros da Concelhia do PCP presentes na mesa, consideraram que a CDU teve em Matosinhos «um resultado positivo, ainda que insuficiente, por não terem sido alcançados todos os objectivos pretendidos.

Como aspectos positivos, o PCP destaca o facto de a CDU ter sido a única das quatro forças com representação autárquica a aumentar a sua votação em relação a 1993 para a Câmara e Assembleia Municipais e em geral para as Assembleias de Freguesia; a perda de votação pelas outras forças políticas; o escasso número de votos (119) a que a CDU ficou de eleger um vereador; o aumento de dois para três dos seus eleitos na Assembleia Municipal; a eleição de um membro da CDU para a Assembleia de Freguesia de Lavra e o aumento de um outro para a Assembleia de Freguesia de Perafita; as subidas percentuais de votação nas freguesias de Perafita, Lavra e Leça de Palmeira.
Como aspectos negativos a Concelhia de Matosinhos destaca a não concretização do objectivo de eleger um vereador e a perda do eleito na Assembleia de Freguesia de Custóias.
Entretanto, a avaliação dos resultados mostra que «o PCP e a CDU reforçaram a sua posição de terceira força política», que o PS, apesar de manter a maioria absoluta em todos os órgãos autárquicos - com a excepção da AR de Custóias - «foi a força política que mais votos e mandatos perdeu nestas eleições», que o PSD, embora subindo de dois para três os vereadores eleitos para a Câmara, «recolheu menos votos que em 1993 e manteve no essencial as suas presenças em Assembleias de Freguesia» e que o PP «continuo a perder votos», mantendo o mesmo número de eleitos.

A Concelhia de Matosinhos do PCP salienta o importante papel desempenhado pelos candidatos independentes nas suas listas, designadamente pelo engº José Cavalheiro que «protagonizou de forma capaz e empenhada» a candidatura da CDU à Câmara, sendo que os resultados alcançados «vão permitir o prosseguimento do trabalho realizado e contribuir para uma interevnção mais activa nas freguesias e Assembleia Municipal».

Por último, o PCP, referindo o «empobrecimento» do debate que a campanha eleitoral dos outros partidos (PS, PSD e PP) motivou com a substituição da discussão de ideias e programas pela «política espectáculo», denuncia o «descarado aproveitamento do poder (no município e no Governo)» pelo PS.
Inaugurações quase diárias e a toda a pressa, anúncio de realizações para o próximo mandato - algumas já várias vezes anunciadas, como é o caso do Museu do Mar -, distribuição pelo candidato Narciso Miranda de subsídios (suportados pelo Orçamento municipal) a colectividades e outras instituições, são alguns dos casos de abuso do poder que os comunistas repudiam. Designadamente em relação à vergonhosa e abusiva utilização de dados informáticos de novos eleitores, candidatos a habitação social ou de menores que requereram o cartão jovem municipal, para o envio de propaganda eleitoral, o PCP espera que a Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais Informatizados (CNPDPI) tome as medidas adequadas.

Entretanto, os comunistas asseguram «estar presentes e procurar defender os interesses das populações» nos órgãos autárquicos, nas empresas e nos locais de residência.


«Avante!» Nº 1260 - 22.Janeiro.98