Santiado do Cacém
Manobras falsificam sentido de voto


Ao votar em 14 de Dezembro, o eleitorado de Santo André estava «longe de prever que os resultados eleitorais viessem a ser sujeitos a negociatas de bastidores, de forma a afastar a lista vencedora do executivo da Junta de Freguesia», afirma a CDU, força política mais votada na freguesia, com 35,9 por cento dos votos, contra 31,7 do PS, 21,9 do PSD e 5,5 do PP.

Conforme a CDU e o PCP já têm denunciado, o PS é senhor de «dois pesos e duas medidas». Assim se justifica que, enquanto monopoliza competências e apregoa que «quem ganha deve governar» em localidades onde ganhou - caso do Montijo -, em Santo André aliou-se tacitamente ao PSD com o objectivo de «marginalizar e afastar os eleitos da CDU do executivo da Junta. E, neste «assalto ao poder», distribuindo «pataca a ti, pataca a mim», só não procedeu ao afastamento do Presidente da Junta de Freguesia por este ter sido eleito pelo voto directo da população.

No sentido de assegurar a estabilidade e o desenvolvimento da freguesia, a CDU promoveu contactos com os responsáveis dos outros partidos para a formação do Executivo, diligências condenadas contudo ao fracasso, devido ao «revanchismo» destas forças políticas, patente, aliás, na própria tomada de posse do Presidente da Junta de Freguesia, com a ameaça então lançada, de «... só vai fazer o que nós quisermos...». Uma ameaça que já indicia o «clima de confrontação e desestabilização» que se vão pretender instalar.

Alertando desde já a população para «este tipo de actuações», CDU promete, entretanto, que, «com serenidade mas firme e determinada», procurará cumprir o seu Programa Eleitoral, «quaisquer que sejam as dificuldades que lhe forem criadas».


«Avante!» Nº 1260 - 22.Janeiro.98