Castelo Branco
DUCALBI
não paga há três meses
O deputado comunista Rodeia Machado deslocou-se a
Castelo Branco onde contactou os trabalhadores da multinacional
de calçado - DUCALBI, informa a Direcção da Organização
Regional de Castelo Branco.
A visita, feita a pedido da Comissão Concelhia do PCP, surge na
sequência das preocupações que esta estrutura comunista tem
com a situação dos trabalhadores da empresa, há três meses
sem receber salários e sem laborarem, apesar dos contactos que,
através do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, têm mantido,
nomeadamente o ministro da Economia, o Governador Civil, a
Câmara Municipal e a Embaixada Italiana em Portugal.
Os trabalhadores queixam-se do desinteresse das entidades contactadas e dizem que, face à situação dramática que vivem, vão suspender os seus contratos, ainda que mantendo o vínculo à empresa, de forma a poderem ao menos usufruir do subsídio de desemprego.
Rodeia Machado, lembrando
embora que «o PCP não é Governo» disse poder questionar
«quem governa» sobre esta matéria, não compreendendo, porém,
que os deputados do PS e do PSD eleitos pelo distrito não
tivessem levantado a questão que se vive na DUCALBI para, pelo
menos, «colocar o elenco governativo ao corrente do problema» e
mostrar «solidariedade para com quem trabalha».
Ainda durante o encontro com os trabalhadores, Rodeia Machado
considerou que «são benvindos os capitais estrangeiros e
nacionais para a criação de postos de trabalho» mas, alertou,
«uma coisa são os postos de trabalho e outra são os postos de
trabalho não sustentados ou hipoteticamente sustentados, como é
o caso». «Bastou um abanão para que tudo se desmuronasse e que
cento e tal trabalhadores ficassem votados a uma situação
crítica», disse ainda, recordando as cerca de 40 trabalhadoras
ao domicílio que «não têm sequer a hipótese de auferir do
subsídio de desemprego e vão ficar numa situação pior que os
seus colegas que suspendem o trabalho».
Por fim, o deputado comunista garantiu que, apesar de não ter
sido eleito pelo distrito de Castelo Branco, irá, no mínimo,
colocar a questão na Assembleia da República, à Comissão de
Trabalho de que faz parte, e apresentar um requerimento sobre
esta situação ao Governo».