Contra
o trabalho infantil
25 anos depois da Convenção da Organização Internacional do Trabalho sobre Trabalho Infantil (Nº 38), Portugal vai, finalmente, ratificar aquele documento.
Nada há que justifique um tal atraso, que não pode deixar de nos envergonhar, sustentou no Parlamento a deputada comunista Odete Santos, no debate ocorrido sobre a matéria na passada semana.
Esta é de resto uma questão
sobre a qual de há muito é conhecida a posição do PCP, que em
variadíssimos momentos adoptou posições no sentido de serem
incrementadas medidas efectivas que ponham cobro à exploração
do trabalho infantil.
Odete Santos fez questão de evocar algumas dessas acções e
propostas, recordando nomeadamente o facto de já há cerca de
dez anos ter sido o Grupo comunista o único partido a apresentar
na Assembleia da República um projecto de lei destinado a
combater o que classificou de verdadeira forma de escravatura
neste final o século XX.
Preconizava então no seu articulado algumas das soluções que a nível internacional têm vindo a ser defendidas, nomeadamente a criação de uma Comissão Nacional de Combate à Exploração do Trabalho Infantil e comissões locais, envolvendo as respectivas comunidades, representantes dos sectores da educação e da Inspecção do Trabalho.
Entre as causas para a
manutenção deste fenómeno da exploração do trabalho
infantil, segundo Odete Santos, está em primeiro lugar a pobreza
e a exclusão social, a que acrescem o insucesso escolar e o
abandono precoce das escolas, bem como a exploração desenfreada
do trabalho por parte de algumas empresas.
A parlamentar comunista dirigiu ainda uma saudação especial a
todos os participantes na Marcha contra a escravatura das
crianças, iniciada em Janeiro deste ano e que confluirá em
Junho próximo de todas as partes do mundo para a Suiça.