Por proposta da CDU
Assembleia Municipal de Setúbal
solidária com trabalhadores da Renault


A incapacidade política e negocial demonstrada pelo governo português para superar o problema da SODIA (ex-Renault/Setúbal) foi denunciada na sessão da Assembleia Municipal de Setúbal, na passada noite de 20 de Fevereiro, que aprovou por unanimidade uma moção de solidariedade com a luta dos trabalhadores daquela empresa, apresentada pela bancada da CDU.

Eusébio Candeias, trabalhador da SODIA e presidente da Junta de Freguesia do Sado, onde a unidade fabril se situa, afirmou que «a cinco meses do fim do contrato de montagem de automóveis firmado entre o governo português e a Renault Francesa, não se vislumbra uma solução que permita acreditar que não estamos na eminência de um encerramento definitivo de uma importante infraestrutura fabril, com alto nível de qualidade, e o despedimento de cerca de 600 trabalhadores».
«A multinacional lavou as mãos, abandonou Setúbal, e não fôra a luta dos trabalhadores há muito que empresa teria fechada as portas» - acrescentou. A moção, que congregou os votos de todas as bancadas, reivindica do Governo e do Ministério que tutela este processo, «uma informação transparente que permita concluir séria e serenamente sobre o real empenhamento das autoridades portuguesas na busca de uma solução que preserve os interesses dos trabalhadores e da comunidade».

Na mesma sessão, a maioria relativa do PS não conseguiu o número de votos suficientes para fazer passar a Tabela de Taxas aprovada na Câmara Municipal no mandato passado, com os votos contra da CDU. «Incompreensivelmente mais elevada quando comparada com as praticadas em concelhos vizinhos, de maioria CDU, justifica-se assim que a tabela proposta seja revista com critérios técnicos e políticos de natureza económica, jurídica e social, com incidência no desenvolvimento do concelho e no bem estar das populações», afima-se na declaração de voto da CDU, cujo papel de denúncia pública dos aspectos gravosos da tabela antes imposta pelo PS obrigou a que a mesma fosse agora devolvida à Câmara, onde os eleitos da CDU voltarão a pugnar por valores mais justos. 


«Avante!» Nº 1265 - 26.Fevereiro.98