Ponte Sor
PS marginaliza eleitos da CDU


O recente encontro concelhio de eleitos e activistas da CDU no concelho de Ponte Sor constou que «quer no âmbito da Assembleia Municipal, quer no funcionamento da própria Câmara Municipal, verifica-se a clara intenção do Partido Socialista e dos seus representantes em promover acordos e compromissos com os eleitos do PSD». Esta atitude é considerada pela CDU - a segunda força política no concelho que ficou a apenas 111 votos da conquista da Câmara - como «uma claro desrespeito pela vontade expressa nas últimas eleições».
Até ao momento, os vereadores da CDU não receberam qualquer indicação ou proposta da presidência da Câmara quanto à atribuição de pelouros. Apesar desta situação «insólita», os vereadores da CDU pretendem asseguar desde já o atendimento aos munícipes, aguardando a disponibilização de uma gabinete de trabalho no edifício central municipal. Irão promover igualmente encontros e reuniões de trabalho com as juntas de freguesia do concelho de modo a aprofundar o conhecimento daquelas realidades, as principais necessidades e obras prioritárias.

A CDU propõe-se avaliar regularmente a actuação dos diferentes órgãos autárquicos, definindo objectivos e acções concretas a desenvolver. O encontro concelhio decidiu ainda editar um Boletim Informativo dando conta das diferentes acções em curso, proposta e ideias para o município.

A análise dos resultados eleitorias do passado dia 14 de Dezembro mostra que a CDU detém importantes posições no concelho, tendo eleito três vereadores, contra igual número do PS e um do PSD. Ao mesmo tempo conquistou a presidência de cinco juntas assembleias de freguesia (Foros do Arrão, Galveias, Longomel, Montargil e Vale Açor), tendo ficado em minoria nas freguesias de Ponte de Sor e Tramagal.
Na Assembleia Municipal de Ponte Sor, a CDU detém a maioria dos eleitos, com nove membros eleitos directamente e cinco por inerência, num total de 14 eleitos contra 11 do PS e três do PSD. Comparativamente com os resultados de 1993, a CDU reforçou a sua votação em termos absolutos, com mais 602 votos, tendo a abstenção passado de 32 por cento para 34 por cento.
Os resultados obtidos traduzem «a insatisfação e a reprovação» com o desempenho da Câmara, marcada por traços de «incompetência, arrogância e de permanente confronto, circunstâncias que têm contribuído para a estagnação do concelho, no plano económico, cultural e social».

O encontro da CDU constatou ainda a ausência da intervenção do PSD na eleições, que apresentou um candidato que é «uma natural reserva do Partido Socialista». Esta situação levou a que o PSD tenha perdido mais de 800 votos, relativamente ao sufrágio de 1993.


«Avante!» Nº 1265 - 26.Fevereiro.98