Terra
queimada
no Totta & Açores
Os representantes dos trabalhadores do Banco Totta & Açores que foram eleitos pelas listas unitárias afirmam que a actual administração «parece conduzir, na verdade, uma política de terra queimada».
Num comunicado ao pessoal do BTA, apontam-se alguns traços da política de pessoal:
- procuram acabar com a «tabela Totta», não cumprindo inclusivamente a norma legal de revisão em cada doze meses;
- abandonaram as avaliações profissionais, sobre as quais os trabalhadores emitiam opinião e tinham possibilidade de recurso;
- deixaram de fazer as promoções dos quadros técnicos;
- eliminaram, praticamente, os empréstimos bonificados aos trabalhadores, na medida em que não actualizam as taxas;
- utilizam nas relações de trabalho, como instrumento único, as pressões de toda a espécie para impor transferências arbitrárias, trabalho suplementar não remunerado e até o pagamento, pelos trabalhadores, de prejuízos próprios do banco.
«Juntando a isto a ausência
total de normas escritas, é caso para perguntarmos o que se
pretende com tal política», afirma-se no documento, admitindo
qe «talvez, afinal, esta política de pessoal esteja bem
inserida na estratégia geral do banco, com os resultados que
estão à vista».
Para os membros das listas unitárias, «os trabalhadores e as
suas estruturas representativas não podem assistir de braços
cruzados à degradação da empresa e à perda de direitos
fundamentais e legais», pelo que «é preciso exigir
explicações e responsabilidade a quem de direito, não
esquecendo o próprio Governo e o primeiro-ministro, tão
interessados, no passado recente, na entrega do Totta a
"boas mãos" portuguesas».
O comunicado conclui considerando que as notícias sobre a oferta
pública de transacção do Pinto & Sotto Mayor sobre o Totta
«confirmam que a estratégia era mesmo "degradar para
comprar". Os eleitos unitários, comentando a revelação de
enormes buracos da gestão anterior, que deveria ter procedido ao
aumento das provisões, lamentando «que a actual administração
não assuma uma denúncia frontal e detalhada».
Banco Mello
«Situações de
desigualdade e de injustiça relativa», geradas com a
integração dos trabalhadores do ex-Banco Mello na ex-UBP, foram
denunciadas pelos eleitos das listas unitárias no BM, que
reclamam salário igual para trabalho igual.
Num comunicado em distribuição, as listas unitárias criticam
«a ausência de informação por parte das estruturas
representativas dos trabalhadores» (dominadas pelas tendências
socialista e social-democrata) e alertam para «os perigos do
imobilismo e da inércia, que contribuem natural e decisivamente
para a retirada de direitos e redução de regalias sociais».