«Não é oportuna» a reforma
da Segurança Social
«A reforma do sistema de Segurança Social, numa época marcada pela instabilidade social e por profundas modificações na forma de vida dos trabalhadores e das populações, decorrentes da ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, não é de forma alguma oportuna», afirma o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores.
Numa «reflexão em defesa do sistema de Segurança Social», apresentada
dia 19, em Lisboa, num encontro regional de trabalhadores do sector, o sindicato manifesta
preocupação quanto ao futuro, «pelos trabalhadores que representamos» e «porque somos
utentes do sistema». Reafirmando a Segurança Social como «um direito fundamental e
conquista histórica dos trabalhadores», o STFPSA alerta para os perigos de diminuição
e retirada de direitos, contidos nas propostas da Comissão do Livro Branco: «O Governo,
estribado nas propostas desta comissão, está a preparar-se para fazer passar, primeiro
na opinião pública e depois na lei, medidas que visam pôr em causa o sistema de
Segurança Social e a sua reforma democrática e participada».
A «reflexão» do sindicato recorda os oito princípios consagrados na Lei de Bases da
Segurança Social, que «todos dizem defender e respeitar», mas que são violados por
propostas do Livro Branco e pelas práticas governativas: universalidade, unidade,
igualdade, eficácia, descentralização, garantia judiciária, solidariedade e
participação.
Os trabalhadores da Segurança Social de Lisboa condenaram as posições políticas que o
Governo pretende tomar, e afirmaram o seu empenhamento em esclarecer a opinião pública e
defender os princípios do sistema, desenvolvendo «todas as acções necessárias para
combater a selectividade e o plafonamento».
Precipitada
Maria do Carmo Tavares, da Comissão Executiva da CGTP, defendeu
em Vila Nova de Gaia que não há motivos para efectuar uma reforma precipitada da
Segurança Social, salientando que as teses mais catastrofistas, em termos de
futuro, não se confirmam. A Intersindical Nacional, salientou aquela dirigente, citada
pelo «Jornal de Notícias» de sábado, pretende que a reforma da Segurança Social seja
«o mais consensual possível».
Na sessão comemorativa do nono aniversário da Associação de Reformados e Pensionistas
de Vila Nova de Gaia, Maria do Carmo Tavares anunciou que em breve a CGTP vai promover uma
conferência sobre a Segurança Social e voltou a repudiar a proposta de plafonamento
contida no Livro Branco (criação de uma segunda pensão obrigatória e em regime privado
para os rendimentos mais elevados).