Milhares de
assinaturas
contra aumentos de telefones
O movimento contra os aumentos dos telefones e, em particular, contra a taxa de activação, tem vindo a registar muitos milhares de adesões e tende a assumir novas formas, numa perspectiva do aprofundamento e diversificação das acções.
A semana passada, numa
acção de rua realizada frente à Portugal Telecom (PT), em
Lisboa, a Comissão de Utentes obteve o apoio de mais 1.500
pessoas, tendo entretanto recolhido 13 mil assinaturas.
No contacto directo com as pessoas, repetem-se os apelos para que
se dê conhecimento das queixas à Deco e à Comissão, se peça
a facturação detalhada completa, de par da participação nas
acções de protesto programadas.
"Não faça chamadas telefónicas no próximo dia 2 de
Março, excepto em casos de urgência" - é o apelo
divulgado no panfleto entretanto distribuído à população.
"Este será mais um aviso à administração da PT e à
tutela governamental de que os portugueses não estão dispostos
a abdicar dos seus direitos, não aceitam taxas decretadas por
empresas e não se resignam face aos brutais aumentos que a PT
pretende aplicar", sublinha-se.
No panfleto dirigia-se também um apelo aos automobilistas para
que, dia 25 de Fevereiro, circulassem nas proximidades da sede da
PT, "buzinando, acendendo faróis, em suma, expressando a
sua indignação".
Simultaneamente, um Grupo de
Utentes da Portugal Telecom, entregou dia 20, na residência
oficial do primeiro-ministro, cinco mil postais exigindo a
suspensão do aumento das tarifas telefónicas.
A recolha dos postais começou a ser feita em Novembro, quando se
começou a falar na possibilidade dos aumentos, que este mês se
concretizam.
"As famílias portuguesas já pagam os telefones mais caros
da Europa, considerando o poder de compra", refere o texto
do postal, adiantando que "nada justifica tais aumentos, a
não ser a privatização da Portugal Telecom e o objectivo de
aumentar ainda mais os lucros dos grupos económicos que estão a
controlar as telecomunicações".
No texto refere-se que "por tudo isto e porque está em
causa um novo e brutal agravamento dos custos dos telefones nos
orçamentos familiares, o grupo exige que seja suspenso o aumento
das tarifas telefónicas".
Em comunicado de imprensa, o grupo de utentes refere que, entre 1993 e 1997, as chamadas locais sofreram uma carga de 400% e as assinaturas mensais 38%.
Dados a complementar os que têm vindo a ser insistentemente divulgados pela Comissão de Utentes e que, de par dos aumentos agora impostos, sublinham os lucros entretanto obtidos pela PT - em quatro anos, os resultados líquidos foram superiores a 300 milhões de contos.