Construção escreve a Guterres


A federação de sindicatos da Construção, Madeiras, Mármores e Materiais de Construção solicitou anteontem ao primeiro-ministro uma audiência, com carácter urgente, pretendendo alertar António Guterres para as consequências que podem advir da posição patronal na negociação da contratação colectiva para o sector da Construção e Obras Públicas.

Dando cumprimento às decisões do plenário nacional de sindicatos que teve lugar terça-feira, a estrutura sectorial da CGTP informou o primeiro-ministro de que a intransigência das associações patronais culminou na ruptura do processo negocial. Não restando aos trabalhadores outra opção que não seja a luta pelas suas justas reivindicações, a federação manifesta a vontade de discutir com o chefe do Governo formas de ultrapassar esta situação. Em risco está, segundo o ofício enviado a Guterres, «a atempada execução das obras da Expo'98».

O plenário de anteontem, que analisou os efeitos da quinzena de esclarecimento e luta levada a cabo entre os trabalhadores do sector, decidiu ainda pedir uma reunião à associação patronal (AECOPS) para prosseguimento das negociações. Entretanto, os sindicatos vão também «continuar com o esclarecimento e a mobilização».


«Avante!» Nº 1266 - 5.Março.97