Em Vila Franca de Xira
"Ânsia de inovar" atropela legalidade
Um procedimento no mínimo insólito, ilegal, seguramente, e bem capaz de ser prenunciador de um estilo que elementares regras de transparência desaconselhariam, foi protagonizado pela recém eleita presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.
O deputado comunista João Amaral, com ironia,
interpretou-o como uma "ânsia de inovar", qual espécie de ímpeto não contido
que, convenhamos, resvalou em manifesto exagero.
Em causa está a decisão de mandar agrafar aos recibos de vencimento dos trabalhadores do
município dois documentos, um, sob a forma de "Informação ao Pessoal", que,
pelo tratamento gráfico, mais parecia uma "Informação Pessoal", onde nem
sequer faltou a foto tipo passe; o outro, para utilizar a expressão do parlamentar
comunista, "é que fia mais fino", reportando-se, nada mais nada menos, do que a
uma acção de propaganda a um banco que recentemente abriu uma delegação em Vila Franca
de Xira, na qual este anuncia as vantagens de uma «conta-ordenado» com sedutores apelos
do tipo "tire partido do seu ordenado e sorria" ou "com a
conta-B...-Ordenado, receberá mais já este mês".
Para João Amaral, que solicitou em requerimento esclarecimentos sobre o assunto à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, este uso do acto de pagamento para entrega de publicidade é uma ilegalidade, representando, simultaneamente, "um desprestígio para a Câmara Municipal e uma violação das regras de relacionamento entre a Câmara como entidade patronal e os trabalhdores do município".