Subida dos nacionalistas na Índia

As eleições indianas já terminaram e as sondagens apontam que o Partido do Congresso, encabeçado por Sonia Gandhi, seja o vencedor com 171 parlamentares.

Mas esta vitória ainda não é certa. Os nacionalistas hindus do BJP podem receber uma boa parte dos votos dos indianos, estando em aberto a possibilidade de fazerem parte de uma coligação. «Não há dúvida de que desta vez vamos formar Governo», afirmou Manohar Lal Sondhi, dirigente do partido, no domingo.

Formado em 1980, o BJP obteve dois lugares no parlamento em 1984. Desde então o seu número de deputados não parou de crescer. «Uma aldeia, uma religião, uma cultura, um povo», é a palavra de ordem dos nacionalistas hindus.

Sonia Ganhi defendeu que votar neste partido era eleger as pessoas que apoiam o assassinato de Mahatma Gandhi. Na sua opinião, se o BJP subir ao poder, «este país será reduzido a nada».

O seu programa pode-se resumir a três pontos fundamentais, que constituem verdadeiras afrontas aos olhos dos muçulmanos indianos: construir um templo em Ayodhya sobre aquilo que foi uma mesquita; proibir o sacrifício de vacas; e implantar um Código Civil uniforme de forma a pôr fim aos privilégios de que os muçulmanos beneficiam em questões relacionadas com a família, nomeadamente a prática de poligamia e o direito de apenas os homens poderem receber heranças.

Os opositores dizem que, se estas medidas forem implantadas, ocorrerão graves confrontos entre as duas etnias (120 milhões de muçulmanos e 750 milhões de hindus).

As sondagens apontam ainda para a queda da Frente Unida, a coligação composta por 13 partidos regionais no poder até estas eleições. De 194 deputados terá baixado para 118.