Comunistas comemoram em Lisboa os 77 anos do PCP
Festa, entusiasmo e confiança


Carlos Carvalhas:
"É possível uma alternativa
progressista e de esquerda
"


O Pavilhão dos Desportos encheu-se no passado sábado de bandeiras vermelhas, punhos erguidos e caras jovens. Um ambiente de entusiasmo e de festa demonstrou o empenho que os comunistas têm nos combates do dia-a-dia e a certeza de que só assim será possível construir um futuro com mais justiça para todos.

A festa começou com a música do grupo alentejano Aurora Nova. No imenso painel vídeo passaram imagens sobre a actividade e intervenção do PCP, a festa do «Avante!», terminando com uma referência aos autores do Manifesto Comunista. Um momento de poesia, com a participação de Fernanda Lapa, assinalou os 100 anos do nascimento de Bertolt Brecht. Entretanto, um tanto inesperadamente, um microfone circulou entre os presentes e ouviram-se os deputados Bernardino Soares e Odete Santos, o presidente da Câmara de Loures, Demétrio Alves, Isabel Garcês, pelo Sector Intelectual de Lisboa, Rudolfo Caseiro, sindicalista. Paulo Raimundo, da Comissão Política da JCP e do CC do PCP, que presidiu ao comício, chamou a seguir ao palco os camaradas que integraram a mesa, onde estavam dirigentes nacionais, das organizações regionais de Lisboa e Setúbal da JCP e do PCP e por fim Carlos Carvalhas, secretário-geral do Partido para uma intervenção de fundo sobre a actualidade política nacional. Ainda antes do encerramento foram referidas as dezenas de saudações de células e organizações, bem como as várias ofertas feitas ao Partido.

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A SIC não viu...

Em nota dirigida ao director de informação da Estação de Carnaxide, assinada por Vítor Dias, membro da Comissão Política, o PCP protesta «vivamente contra o facto de a SIC, no sábado passado, ter ignorado completamente o comício dos 77º Aniversário do PCP realizado no Pavilhão dos Desportos, com a participação do Secretário-Geral do PCP, com a agravante de, ao ignorar igualmente a sua intervenção no domingo numa grande iniciativa no Seixal, ter desprezado a possibilidade de, ao menos, atenuar aquela primeira distracção ou discriminação».

«Tendo em conta que a SIC não foi sensível à efeméride nem à evidência de que, como é habitual, o Secretário-Geral do PCP iria fazer um discurso de fundo sobre a actualidade política, nem ao facto de não ser todos os dias que um partido enche uma sala como o Pavilhão dos Desportos, parece então ser extraordináriamete difícil satisfazer os estranhos e nebulosos critérios da SIC na marcação de reportagens».

«Estando o mal feito e sendo irreparável, esperemos que este caso possa ao menos servir para evitar a futura repetição de outros procedimentos similares por parte da SIC».

«Avante!» Nº 1267 - 12.Março.1998