Plenário da CGTP apela à luta



No final do plenário nacional de sindicatos, quinta-feira da semana passada, os dirigentes e delegados deslocaram-se à Assembleia da República, onde fizeram entrega de uma moção.

No plenário foi também aprovada uma resolução em que se apela à mobilização dos trabalhadores na luta pela redução do horário de trabalho, pela melhoria dos salários e da protecção social e contra a precariedade de emprego.

A moção entregue na AR defende que só devem ser transpostas para a legislação nacional as prescrições da Directiva comunitária sobre a organização do tempo de trabalho que sejam vantajosas para os trabalhadores portugueses.

A Inter pretende que a transposição da directiva comunitária não suprima nem diminua os direitos dos trabalhadores, devendo obedecer a conceitos claros e rigorosos e incluir como tempo normal de trabalho as pausas constantes das convenções colectivas.

O pessoal auxiliar do Ministério da Saúde, que desempenha funções em hospitais e Administrações Regionais de Saúde, vai estar em greve amanhã, em defesa da revisão das carreiras. Os trabalhadores - cerca de 27 mil - não aceitam que o Ministério ainda não tenha publicado as carreiras resultantes do acordo conseguido em Dezembro de 1996, depois de dois anos de negociações, e rejeitam o argumento de que as carreiras da Administração Pública vão ser revistas no âmbito do acordo de 1997, pois o seu processo negocial decorreu muito antes.

Centenas de trabalhadores dos Estabelecimentos Fabris das Forças Armadas concentraram-se sexta-feira junto ao Ministério da Defesa com o propósito de serem recebidos pelo ministro ou pelo secretário de Estado.

Os trabalhadores dos EFFAs reivindicam aumentos salariais de 6,5 por cento, a reintegração dos trabalhadores contratados que têm sido dispensados, a revisão das carreiras e a redução do horário de trabalho semanal. A concentração visou também protestar contra o encerramento e privatização dos estabelecimentos fabris militares.

Os trabalhadores dos CTT de Setúbal decidiram sexta-feira, em plenário, dar um prazo até dia 29 de Abril para a administração resolver os problemas dos centros de distribuição postal; de contrário, realizarão uma greve nesse dia.

A decisão foi votada no final de um plenário que decorreu todo o dia para exigir melhores condições de trabalho e que afectou a distribuição de correio na cidade. A dirigente sindical Palmira Teixeira disse à Lusa que o plenário foi convocado devido à falta de condições de trabalho, sobrecarga de serviço e ameaças aos trabalhadores contratados.

O pessoal operário e auxiliar dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra terminou sexta-feira uma greve de quatro dias, pela aplicação do subsídio de insalubridade, penosidade e risco nas mesmas condições que já vigoram para o pessoal da Câmara. A adesão, segundo o STAL, esteve sempre muito próxima dos 100 por cento.

Par ontem estava convocado um plenário onde iriam ser analisados os resultados da luta e a sua eventual agudização.

«Avante!» Nº 1267 - 12.Março.1998