Ferroviários em greve
querem resposta rápida



A greve de 24 horas, na segunda-feira, teve níveis de adesão entre 75 e 95 por cento, ficando «praticamente paralisada» a actividade da EMEF e da REFER, segundo a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Ferroviários Portugueses.

Denunciando o facto de a CP não ter olhado a meios para pôr comboios a circular, «violando as regras de circulação e as leis», a FSTFP divulgou segunda-feira à tarde um comunicado em que diz esperar «que o Governo, o CG da CP e as administrações das empresas tenham em conta a adesão a esta greve e apresentem, nas próximas reuniões, dias 10, 11 e 12, novas propostas que possibilitem o evoluir rápido dos processos negociais».

Entre os motivos que levaram à paralisação estão as propostas de aumentos salariais das empresas, que levaram o Sindicato dos Ferroviários do Centro a perguntar, num comunicado em que apelava à participação na luta: «Será com aumentos salariais que variam entre os 50 e os cem escudos por dia para a grande maioria dos trabalhdores e pouco mais de 20 escudos por dia no subsídio de refeição que se quer dignificar os salários»?

O sindicato registava que a apresentação do pré-aviso de greve obrigou algumas administrações a evoluir, mas as novas propostas continuam a ser «claramente insuficientes».

Para além da questão salarial, os ferroviários exigem resposta a outras preocupações: garantia de postos de trabalho e de direitos quando da transferência de serviços e trabalhadores; clarificação e compromisso de pagamento das indemnizações vitalícias devidas por acidentes e doenças profissionais e responsabilidade jurídica do pagamento das pré-reformas, bem como da garantia das concessões/passes aos reformados; regulamento de carreiras e avaliações profissionais; horários de trabalho nas passagens de nível; discriminações na definição dos prémios, escalas, reclassificações e atribuição de lugares em dormitórios ou unidades hoteleiras.


Sindicatos desconvocam
greve de enfermeiros

A Comissão Negociadora Sindical dos Enfermeiros (CNESE) decidiu, após reunião negocial com o Ministério da Saúde, desconvocar a greve nacional dos enfermeiros marcada para os dias 12 e 13 de Março.

Uma decisão que resulta da consideração dos ganhos obtidos, nomeadamente no que diz respeito à revalorização indiciária registada em todas as categorias da carreira de enfermagem, ainda que discordando do período excessivamente longo do faseamento.

A luta que os enfermeiros têm vindo a travar prende-se com duas questões fundamentais: a grelha salarial e o faseamento do seu pagamento.

«Avante!» Nº 1267 - 12.Março.1998