Protestos chegaram
aos accionistas do BCP


Os sindicatos dos bancários denunciaram quinta-feira passada aos accionistas do Banco Comercial Português a «atroz situação laboral» que se vive no Grupo BCP/BPA. O protesto, refere a Lusa, foi promovido pelos sindicatos dos bancários do Norte, do Centro e do Sul e Ilhas, durante a Assembleia de Accionistas do BCP, que decorreu no Palácio da Bolsa, Porto.

Os sindicalistas aproveitaram para entregar ao presidente do BCP, Jardim Gonçalves, e aos accionistas presentes um documento em que denunciam a «gestão terrorista e desumana» da administração.
Para os sindicatos envolvidos nesta acção de luta, a situação que se vive no Grupo BCP/BPA tem «graves consequências na vida pessoal e profissional dos trabalhadores, que resultam da não subscrição do Acordo Colectivo de Trabalho Vertical em vigor no sector e da recusa em cumprir o anterior».
No documento dirigido aos accionistas, os sindicatos salientam que nada os move contra o BCP e o BPA, mas têm «muito contra a administração liderada por Jardim Gonçalves», que admitem poder estar a conduzir o grupo para «terrenos movediços», com uma «concepção fundamentalista da gestão» que está a desumanizar as empresas do grupo».

Jardim Gonçalves é acusado de ter «declarado guerra aos sindicatos». Estes afirmam que, «apesar das nossas propostas conciliatórias, permanece numa atitude maximalista de intransigência e quer a total desregulamentação das relações laborais», ao encarar como «letra morta» questões como os horários de trabalho, as categorias e carreiras profissionais, as promoções e os direitos sindicais e sociais.


«Avante!» Nº 1268 - 19.Março.98