Carbogal
parada
A falta de respostas concretas da administração às reivindicações dos trabalhadores levou o Sindicato dos Químicos do Centro, Sul e Ilhas a convocar três dias de greve na Carbogal, que se iniciaram dia 14 com uma adesão de cem por cento, depois de 48 horas de paralisação total que já haviam ocorrido no final de Fevereiro.
Em causa, segundo uma nota do
Sinquifa/CGTP, estão a actualização dos salários, a melhoria
do subsídio de turnos, o alargamento do período de férias, a
negociação de um plano de carreiras, a criação de um fundo de
pensões, a criação de um regulamento de Saúde, Higiene e
Segurança no trabalho.
No arranque da produção, após o primeiro dia de greve,
verificou-se uma avaria num equipamento para cujo deficiente
estado os trabalhadores já haviam alertado por várias vezes os
responsáveis da empresa, revelou ao «Avante!» um dirigente
sindical, congratulando-se por tal falta de zelo não ter
provocado um acidente com consequências ainda mais grave.
Com a fábrica de Sines parada, o sindicato suspendeu os
restantes dois dias de greve e marcou para anteontem um plenário
de trabalhadores, onde seria analisada a continuação da luta
após a retoma da laboração.
A Carbogal é a única empresa que em Portugal produz «negro de
fumo», a matéria-prima para a fabricação de pneus, e foi
adquirida em Junho de 1997 pelo grupo alemão Degussa. Segundo o
Sinquifa, a produtividade «é das mais elevadas no País e tem
continuado a evoluir favoravelmente».