Abandonada por Viriato Pina Moura
CEE não paga salários


Os 200 trabalhadores da CEE-Empresa Europeia de Confecções, que desde 26 de Fevereiro mantêm uma vigília permanente junto às instalações da fábrica, em Barcelos, deslocaram-se no dia 12 até à Câmara Municipal. Ocorrendo em dia de feira semanal, esta acção visou alertar a população e exigir medidas para a dramática situação que se vive naquela empresa, que não paga salários desde Janeiro e para a qual não são apresentadas perspectivas de futuro.
Ao dar conta da luta na CEE, a União dos Sindicatos de Braga refere que o administrador Viriato Pina Moura (irmão do ministro da Economia) «abandonou a empresa em Dezembro, entregando-a a um familiar que não apresenta qualquer solução para o problema». O advogado da empresa é o dirigente socialista António Reis, que «recusa dialogar, esclarecer os porquês desta situação e contribuir para o encontrar de soluções», afirma a USB/CGTP.

Novotex

A administração da Novotex - Indústria de Calçado deixou de pagar salários a dez trabalhadoras que se recusaram a assinar novos contratos de trabalho, já que esta substituição conduziria à perda de antiguidade e de direitos, e acabou por tomar a decisão de as despedir.
A denúncia foi feita sexta-feira pelo Sindicato dos Têxteis,Lanifícios e Vestuário do Sul, que considera o despedimento ilegal e «mais uma prepotência da administração da Novotex». O sindicato relata que, colocadas perante a falta de pagamento de salários, as trabalhadoras decidiram enviar cartas à empresa para requerer a aplicação dos mecanismos previstos na Lei 17/86 (salários em atraso); só que as cartas não foram aceites, o que suscitou recurso das trabalhadoras para a Inspecção do Trabalho, que autou a empresa e aplicou coimas, passando às trabalhadoras os documentos necessários para terem acesso ao Fundo de Desemprego. Suspensa legalmente a prestação de trabalho, a Novotex decidiu o despedimento, alegando abandono dos postos de trabalho.


«Avante!» Nº 1268 - 19.Março.98