5ª Assembleia na Suíça
Combater pelos direitos


Foi na bonita cidade de Thun que se reuniram largas dezenas de militantes do PCP vindos de diferentes cantões suíços para em conjunto avaliarem o trabalho partidário no seio da emigração portuguesa, elegerem a sua direcção e definirem orientações e prioridades para o trabalho futuro.

A Assembleia foi também motivo, no intervalo dos seus trabalhos, de visita e realização de um animado almoço de convívio num cuidado e amplo espaço que funciona como apoio à actividade do núcleo de Thun e que foi preparado pelo trabalho dos camaradas deste núcleo.

Foi feita a prestação de contas do trabalho realizado desde a última Assembleia em 96, foi debatida a distribuição do «Avante!», de o nosso jornal dar eco e ser voz também dos problemas e da actividade do PCP na emigração e discutidas medidas para incrementar a sua difusão na Suíça. Abrir o Partido à participação dos jovens, assegurar a vida e dinamização descentralizadas dos núcleos e o funcionamento dos 3 secretariados regionais que os agrupam, aproveitar as potencialidades existentes de recrutamento e de elevar decididamente as cotas e contribuições para o Partido, são alguns dos principais aspectos consagrados na Resolução aprovada.

No debate dos problemas da emigração portuguesa, salientou-se a questão do desemprego, que atinge já quase 8 000 portugueses (9,5% dos seus activos). Reconhecendo o aumento de qualidade na coordenação do ensino da língua e cultura portuguesas na Suíça, onde funcionam 80 comissões de pais, incansáveis nos apoios aos professores e ao funcionamento dos cursos frequentados por mais de 11 mil das 16 mil crianças portuguesas, a Assembleia constatou um insucesso escolar mais elevado que entre crianças suíças, bem como a falta de apoios oficiais à sua integração e participação.

A Assembleia manifestou preocupação quanto ao futuro das reformas de invalidez e velhice e criticou a má qualidade dos serviços consulares e o seu deficiente grau de cobertura

Por outro lado, a Assembleia foi testemunho de sinais de esperança, de mobilização e de participação dos emigrantes portugueses no combate pelos seus direitos: a elevada taxa de sindicalização dos trabalhadores portugueses, a maior nas comunidades emigrantes; a vitória da lista unitária na eleição para o Conselho das Comunidades Portuguesas na Suíça; a constituição de um Comité pela conquista dos direitos políticos dos emigrantes em Zurique; a diversificada iniciativa e actividade do movimento associativo. Sempre com uma efectiva participação e intervenção dos comunistas portugueses!

Na Resolução aprovada por unanimidade na assembleia, foram destacadas como orientações e iniciativas prioritárias a concretizar: a Campanha de Recenseamento Eleitoral; a Festa Nacional do PCP na Suíça marcada para 24 Maio, perto de Yverdon.

Foi também eleito por unanimidade o novo Secretariado do PCP na Suíça composto por Adelino Ferreira, António Rosa, António Soldado, Isaque Ferreira, Manuel Alho, Manuel Neves e São Belo.

Henrique de Sousa, do Secretariado do CC, que acompanhou os trabalhos, a par da abordagem da situação política em Portugal e das propostas do PCP, sublinhou na sua intervenção a necessidade de os comunistas portugueses na Suíça se empenharem activamente no duplo combate pelos direitos e aspirações da emigração portuguesa, quer através da sua relação com Portugal e com o Estado português, quer na sua relação com a sociedade suíça onde vivem e trabalham e em cooperação com as outras comunidades emigrantes, reivindicando justamente ser tratados como cidadãos de corpo inteiro e com direitos.

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Aniversário do PCP na Emigração

Cerca de 40 pessoas reuniram-se no passado sábado, 21, num restaurante português em Frankfurt, para comemorar o 77º aniversárioo do PCP. O significado da data foi realçado por nas três interevnções de membros do secretariado do organismo de direcção na Alemanha, tendo-se prolongado o jantar até cerca da meia-noite, num ambiente de alegria e confiança.
A sala foi decorada com materiais do PCP alusivos ao aniversário e aos 150 anos do Manifesto Comunista, estando expostos textos de Alvaro Cunhal, António Melo e José Barata-Moura. Durante o jantar foram ainda debatidas questões relacionadas com o recenseamento eleitoral, com o Conselho das Comunidades e com o recrutamento de novos militantes para o PCP.

Em Amesterdão, a organização do PCP promoveu um encontro de aniversário na Associação de Portugueses naquela cidade, que contou com cerca de uma centena de participantes. Entre estes estiveram representantes das associações de portugueses de Amesterdão e de Roterdão, o conselheiro de país pela Holanda, José Xavier, bem como uma delegação do Partido Comunista Chileno e membros do Movimento Sem Terra do Brasil.
Depois do almoço, uma feijoada à transmontana, realizou-se um debate sobre questões de política actual e as consequências do Euro para os emigrantes. A noite terminou com um animado convívio onde não faltou a música para dançar.


«Avante!» Nº 1269 - 26.Março.98