Pré-aviso
demoveu Cimpor
A apresentação de um pré-aviso de greve de dois dias fez com que a administração da Cimpor propusesse uma reunião, realizada no sábado de manhã e onde a empresa finalmente alterou a sua posição.
Além de furar o «tecto»
dos 3 por cento, que suportou durante três meses de
negociações, a administração aceitou ainda negociar primeiro
a actualização salarial, deixando para depois a discussão do
restante clausulado.
Ao informar os trabalhadores de que a Cimpor propôs um
acréscimo salarial médio de 3,49 por cento, a Federação da
Cerâmica, Cimento e Vidro acrescenta que os sindicatos
apresentaram uma contraproposta de 4 por cento e considera haver
«condições para que se encontre o consenso», pelo que decidiu
suspender a greve. Nova reunião de negociação foi já agendada
para 1 de Abril. «A questão de fundo, ou seja, a defesa e
salvaguarda dos direitos e garantias do contrato de trabalho,
mantém-se, pelo que as razões da luta encontram-se apenas
suspensas», precavê-se no comunicado.
Ao avançar para a greve, a estrutura sectorial da CGTP acusou a administração da Cimpor de querer «impor um acordo de empresa substitutivo que liquida direitos, regalias e garantias consignadas no acordo colectivo de trabalho existente e apresenta valores salarial que não repõem o poder de compra, não traduzem a produtividade alcançada e afastam cada vez mais os salários dos trabalhadores da Cimpor quer dos salários europeus, quer dos salários já praticados na Secil». No apelo à greve, distribuído quinta-feira, era denunciada a existência de dois pesos e duas medidas, pois «os administradores estão cada vez mais ricos» e «os trabalhadores estão cada vez mais mal remunerados».
Secil parou
A greve de 48 horas na Secil iniciou-se terça-feira, com uma adesão de cem por cento, que provocou a paralisação da produção na fábrica do Outão, em Setúbal. A confirmação da luta, por salários justos e contra a tentativa de compra de direitos por parte da administração, foi feita num plenário de trabalhadores, segunda-feira.