Iraque
De bem com a ONU
de mal com os EUA
O parlamento iraquiano, reunido em sessão extraordinária no início da semana, votou por unanimidade uma resolução que classifica Bill Clinton e o seu antecessor, George Bush, de «criminosos de guerra» e pede o respectivo julgamento por «crimes de guerra».
Esta tomada de posição é a resposta iraquiana a uma medida idêntica do Senado norte-americano apelando ao julgamento do presidente iraquiano Saddam Hussein.
Apesar destas trocas de galhardetes, a situação no
Golfo é hoje bastante menos tensa do que há um mês. O representante especial do
secretário-geral da ONU para o Iraque, Prakasha Shah, encontrou-se há dias com o
vice-primeiro-ministro iraquiano, Tareq Aziz, que reafirmou a decisão do Iraque em
«prosseguir a sua cooperação com a ONU».
Shah, cuja missão «é fiscalizar todos os desenvolvimentos nas relações entre o Iraque
e as Nações Unidas a fim de evitar qualquer escalada», tem como principal tarefa
«melhorar a comunicação» entre o governo iraquiano e a ONU.
O clima de desanuviamento permitiu já melhorar as relações entre as autoridades
iraquianas e o chefe da Comissão especial da ONU encarregada de desarmar o Iraque
(UNSCOM), Richard Butler.
Butler elogiou recentemente o «novo espírito de cooperação» entre Bagdad e a UNSCOM, apesar de ele próprio continuar a ser olhado com desconfiança pelos iraquianos, que o acusam de não ser imparcial e de estar ao serviço dos Estados Unidos.