Reformados em luta
por uma vida digna


Muitos reformados participaram, sábado passado, em Lisboa, na manifestação convocada pelo MURPI e Inter-Reformados, contra a "gravosa política social do actual governo".

Os reformados denunciam que os montantes das pensões e sua distribuição constituem "autêntico quadro de pobreza", com uma significativa maioria de pensionistas (1.890.000 num total de 2.470.000) a receber entre 6 e 32 contos/mês.

Uma realidade que se contrapõe às benesses atribuídas ao grande capital: "em dois anos 415 milhões de contos".

Os reformados exigem do primeiro-ministro o cumprimento das promessas, em particular a aproximação das pensões mínimas ao salário mínimo nacional e transportes e medicamentos gratuitos para os reformados com pensões inferiores ao salário mínimo.

Ao arrepio destas promessas, as pensões mínimas estão cada vez mais longe do salário mínimo. Hoje, e comparativamente a 1995, "a mínima do regime geral tem menos 3.200$/mês; a agrícola, 3.400$ e a social 2.300$/mês".

A Inter-Reformados e o MURPI denunciam "esta política social, agravada pela privatização do sector público" e exigem melhores pensões, um aumento intercalar no último semestre do ano, melhor saúde, medicamentos mais baratos, melhores condições de habitação e melhores e mais transportes, com descontos e sem limitação de utilização.


«Avante!» Nº 1271 - 9.Abril.98