Minas da Panasqueira
Novos despedimentos anunciados
Em 1993, a Beralt Tin encerrou as suas portas sem declarar falência e sem pagar quaisquer contrapartidas financeiras, ao mesmo tempo que, com o consentimento do Governo, se desfazia de todas as obrigações sociais (hospital e habitações) a que os trabalhadores há muito tinham direito.
Foi depois a vez de passar para a Câmara Municipal da
Covilhã os encargos que sempre havia assumido com a iluminação pública e fornecimento
de água dentro da sua área de concessão.
Assim, livre de encargos, pôde reabrir em 1995 a exploração da Mina, auferindo
resultados financeiros tão bons que a Administração - «respirando optimismo» -
admitia em entrevista a hipótese de abrir um segundo turno e duplicar a produção.
Agora, a pretexto da diferença de preços do volfrâmio, a Beralt Tin pretende despedir mais 40 trabalhadores. O seu verdadeiro objectivo é, contudo, fugir à celebração de contratos efectivos, garante a Comissão Concelhia da Covilhã do PCP, a quem cabe a denúncia sobre a «impunidade com que a Beralt explora a seu belo prazer as riquezas do País, sem se sentir obrigada a normas de conduta e de respeito para com os trabalhadores e as entidades competentes».
A Beralt «tem obrigações para com os trabalhadores e para com o Estado português», insiste o PCP, assacando, por fim, ao Governo a responsabilidade «de velar pelos interesses do país, do município e dos trabalhadores».