Greves em vários sectores
Administração Local em vigília


Dirigentes sindicais da Administração Local iniciaram ontem, frente à residência oficial do primeiro-ministro, uma série de vigílias, marcadas ainda para a Assembleia da República (ontem), a presidência do Conselho de Ministros (hoje) e o Ministério do Equipamento, Planeamento e Administração do Território (amanhã, antecedida de um desfile, a partir das 10 horas, desde a secretaria de Estado da Administração do Território).

Esta acção, promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, enquadra-se por objectivo de «intensificação da luta» do pessoal das autarquias pela resolução de problemas «como o incumprimento do acordo de 1996 (nomeadamente carreiras, suplemento de risco e emprego precário), salários e privatizações», refere uma nota do STAL.


Auto Sueco

Os trabalhadores metalúrgicos da Auto Sueco, no Porto, manifestaram-se dia 8 nas proximidades da empresa, exigindo aumentos salariais e o fim dos despedimentos. A manifestação, que provocou o corte do trânsito, realizou-se durante uma greve, no segundo período de trabalho, que teve a adesão da quase totalidade dos 200 operários das oficinas.
O Sindicato dos Metalúrgicos do Norte nota que a luta foi desencadeada depois de a administração ter revelado publicamente que a Auto Sueco alcançou uma situação económica e financeira invejável, enquanto foi desencadeada uma «vaga de despedimentos». Para despedir trabalhadores, a Auto Sueco recorreu aos serviços de outra empresa, revelando «falta de coragem para enfrentar os trabalhadores».

Para anteontem à tarde estava convocado novo plenário.


Sorel

Desde o início da semana passada e até amanhã, entraram em greve (2 horas de manhã e 2 horas de tarde) os trabalhadores da Sorel, contra a instauração de processos disciplinares e a tentativa de impor a realização de horas extraordinárias - informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Lisboa. A recusa de trabalho suplementar foi convocada por tempo indeterminado, também desde dia 6.


Carris

A greve de dia 9 na Carris teve uma adesão superior a 90 por cento, deixando Lisboa com cerca de um quarto dos autocarros que circulam normalmente, e mesmo estes eram quase todos alugados, noticiou a Lusa. A agência cita os números indicados por João Franco, administrador da Carris, segundo o qual aderiram à paralisação cerca de 90 por cento dos trabalhadores, e da Federação dos Sindicatos dos Transportes Rodoviários e Urbanos, que refere uma adesão de 99 por cento.

Estavam convocadas novas paralisações dos trabalhadores da Carris para ontem e hoje, depois das greves de segunda-feira, dia 6, e dos dias 24 e 26 de Março.


Ford Electrónica

Os trabalhadores do segundo turno da Ford Electrónica, de Palmela, decidiram concentrar-se à entrada da fábrica, protestando contra a direcção da empresa, que impediu uma trabalhadora de reocupar o seu posto de trabalho desde o início deste mês, quando teve alta médica depois de 34 meses de baixa devido a doença profissional (tendinite), informou o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas.
Dirigente e delegada sindical, Helena Severino é irmã de Agripina Ribeiro, a trabalhadora que recentemente viu o tribunal de Setúbal dar-lhe razão num processo movido à Ford Electrónica pela Inspecção de Trabalho.


«Avante!» Nº 1272 - 16.Abril.1998